BÁSICO EM
INSTALAÇÃO
ELÉTRICA
Instalações Elétricas Residenciais
A leitura e interpretação de projetos elétricos são competências essenciais para eletricistas, técnicos e engenheiros que atuam na execução, manutenção ou fiscalização de instalações elétricas. Um projeto elétrico bem elaborado garante segurança, eficiência e conformidade com as normas técnicas, servindo como guia para a instalação de todos os componentes do sistema elétrico, desde os pontos de luz até os quadros de distribuição.
O projeto é composto por diversas partes, entre elas: plantas baixas, diagramas unifilares, memoriais descritivos, especificações técnicas e listas de materiais. Este texto aborda dois elementos fundamentais para a iniciação nessa leitura: a simbologia elétrica básica e a interpretação da planta baixa com indicação dos pontos de luz e tomadas.
A simbologia elétrica é uma linguagem gráfica padronizada utilizada em projetos técnicos para representar visualmente os componentes e conexões de um sistema elétrico. Essa padronização facilita a compreensão do projeto por todos os profissionais envolvidos e evita erros de execução.
No Brasil, as principais referências normativas para simbologia elétrica são as normas ABNT NBR 5444 e NBR 8196.
A correta interpretação dos símbolos elétricos permite:
• Identificar rapidamente os componentes da instalação;
• Localizar os pontos de energia e iluminação;
• Determinar o tipo de comando e interligação entre dispositivos;
• Planejar a execução da obra com precisão.
Alguns dos símbolos mais comuns utilizados em projetos residenciais e prediais incluem:
• Interruptor simples: indica o ponto de acionamento de uma lâmpada ou grupo de lâmpadas.
• Interruptor paralelo (three-way): utilizado para controle de iluminação por dois pontos distintos.
• Interruptor intermediário: para controle de iluminação por três ou mais pontos.
• Lâmpada incandescente ou LED: representada por um círculo com um traço ou uma marca central.
• Tomada de uso geral (TUG): representada por um semicírculo ou retângulo com letras identificadoras.
• Tomada de uso específico (TUE): destinada a aparelhos de maior potência, como micro-ondas e chuveiros.
Ponto de passagem: indica junções de condutores ou caixas de passagem.
• Quadro de distribuição: representado por um retângulo com
por um retângulo com designação de circuitos internos.
Cada símbolo pode vir acompanhado de letras, números e outros elementos gráficos que indicam circuitos, fases, níveis de tensão, quantidade de condutores e localização na planta.
A planta baixa é a representação gráfica horizontal de um pavimento, como se o observador estivesse olhando de cima para baixo após remover o teto. Quando voltada para instalações elétricas, essa planta contém a localização de pontos de luz, interruptores, tomadas, quadros elétricos e demais componentes da instalação.
Na planta baixa elétrica, é possível identificar:
• Pontos de luz no teto ou parede, com os respectivos símbolos e conexões;
• Tomadas distribuídas ao longo das paredes, em altura adequada conforme o tipo (uso geral ou específico);
• Quadros de distribuição com indicação dos circuitos e suas respectivas proteções;
Traçados das tubulações e eletrodutos, representados por linhas que indicam o caminho dos fios.
As linhas que conectam interruptores a lâmpadas ou tomadas representam os condutores elétricos, que seguem por dentro de eletrodutos embutidos ou aparentes. O traçado dessas linhas ajuda o instalador a compreender o caminho da fiação.
Além da simbologia, é fundamental considerar:
• Números de circuito, geralmente indicados por códigos como C1,
C2, etc.;
• Altura de instalação dos dispositivos, descrita no memorial ou indicada por cotas na planta;
• Níveis de tensão e corrente, que determinam a bitola dos fios;
• Dispositivos de proteção, como disjuntores e DRs, localizados no quadro e referenciados na planta.
Esses elementos auxiliam na execução conforme o projeto e garantem que a instalação seja segura, funcional e normatizada.
A leitura correta de projetos elétricos depende do entendimento das normas técnicas brasileiras, principalmente:
• NBR 5410 – Instalações elétricas de baixa tensão;
NBR 8196 – Elaboração de projetos de instalações elétricas.
Além disso, boas práticas recomendam que:
• Toda instalação seja precedida por um projeto técnico assinado por profissional habilitado;
• Os símbolos utilizados estejam legíveis e atualizados conforme normas
vigentes;
• Alterações realizadas em campo sejam devidamente registradas e atualizadas no projeto;
• O projeto elétrico seja mantido disponível para manutenção e inspeções futuras.
A leitura e interpretação de projetos elétricos é uma habilidade indispensável para quem atua na área de instalações. O domínio da simbologia elétrica básica e da planta baixa permite que o profissional compreenda a estrutura e a lógica do sistema elétrico, garantindo uma execução segura, funcional e eficiente.
Com a correta interpretação do projeto, é possível prever materiais, organizar cronogramas de instalação, evitar retrabalhos e assegurar que o sistema funcione dentro dos padrões exigidos. O respeito às normas técnicas e o uso de simbologia padronizada são princípios fundamentais que contribuem para a qualidade e segurança das edificações.
• ABNT. NBR 5410:2004 – Instalações Elétricas de Baixa Tensão.
Associação Brasileira de Normas Técnicas.
• ABNT. NBR 5444:1989 – Simbologia para instalações elétricas prediais. Associação Brasileira de Normas Técnicas.
• ABNT. NBR 8196:1999 – Elaboração de projetos de instalações elétricas de baixa tensão.
• LORENZONI, Cláudio. Instalações Elétricas: Teoria e Prática. LTC, 2018.
• VILLATE, José Roberto. Instalações Elétricas. São Paulo: Érica, 2013.
• SENAI. Manual de Instalações Elétricas Prediais. SENAI-SP, 2020.
O diagrama unifilar é uma representação gráfica essencial em projetos elétricos. Também conhecido como diagrama monofilar, ele ilustra, de forma simplificada e objetiva, a estrutura de uma instalação elétrica, indicando conexões, equipamentos, dispositivos de proteção e interligações entre circuitos. Por meio de uma única linha por circuito — daí o nome “unifilar” — é possível representar de maneira clara sistemas complexos com informações sobre tensões, correntes, seccionamentos e comandos.
Esse tipo de diagrama é amplamente utilizado em projetos residenciais, comerciais e industriais, sendo obrigatório segundo normas técnicas como a NBR 5410, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), para a correta documentação e execução de instalações elétricas de baixa tensão.
2. O que é um Diagrama Unifilar?
O diagrama unifilar é uma forma padronizada de representação dos circuitos elétricos em que apenas um condutor por circuito é desenhado, mesmo que na
prática o sistema envolva múltiplos fios (fase, neutro, terra, retorno, etc.). A representação gráfica contém símbolos normalizados que representam os diversos componentes do sistema elétrico, como disjuntores, quadros de distribuição, cargas (lâmpadas, tomadas, motores), interruptores e dispositivos de proteção.
A principal função do diagrama unifilar é fornecer uma visão geral da instalação, permitindo a análise de sua estrutura, o dimensionamento de condutores e proteções, e o planejamento da execução física da obra.
Um diagrama unifilar completo deve conter todos os elementos que fazem parte da instalação, devidamente identificados por símbolos técnicos definidos em normas como a NBR 5444. Os principais elementos representados incluem:
• Quadro de distribuição geral e secundários: ponto central da distribuição elétrica, onde estão instalados disjuntores, DRs e barramentos.
• Disjuntores: dispositivos de proteção representados por seus símbolos específicos e acompanhados da corrente nominal (em ampères).
• Cargas elétricas: como tomadas, pontos de luz, chuveiros, motores e outros equipamentos, geralmente indicados com seu tipo, potência e localização.
• Condutores e circuitos: identificados com seu número, seção (em mm²), tipo (cobre ou alumínio) e função (fase, neutro ou terra).
• Dispositivos diferenciais residuais (DRs) e disjuntores diferenciais: representados com símbolo apropriado e valor de corrente diferencial (por exemplo, 30 mA).
• Barramentos de neutro e terra: indicados com ligação entre os condutores e o ponto de aterramento.
O diagrama também pode incluir informações complementares, como tensões (127 V, 220 V, 380 V), tipo de sistema (monofásico, bifásico, trifásico) e potência total instalada e demandada.
A interpretação do diagrama unifilar exige conhecimento prévio da simbologia elétrica e da lógica dos circuitos. Sua leitura permite ao profissional:
• Planejar intervenções, ampliações ou manutenções;
• Verificar a conformidade com as normas técnicas, como o correto dimensionamento dos condutores e a presença de dispositivos de proteção;
• Auxiliar na execução prática da instalação por parte dos eletricistas.
O diagrama é também uma ferramenta indispensável em
processos de vistoria, inspeção e aprovação de projetos elétricos, sendo geralmente exigido por prefeituras, concessionárias de energia e corpos de bombeiros.
O uso e elaboração do diagrama unifilar devem obedecer a normas técnicas que padronizam sua simbologia, formatação e conteúdo mínimo. As principais normas envolvidas são:
• ABNT NBR 5410:2004 – Instalações Elétricas de Baixa Tensão: estabelece critérios para projeto, execução e manutenção de instalações elétricas, incluindo a exigência de diagramas unifilares em projetos residenciais e comerciais.
• ABNT NBR 5444:1989 – Simbologia Gráfica: define os símbolos a serem utilizados em esquemas de instalações elétricas prediais.
• ABNT NBR 14039 – Instalações Elétricas de Média Tensão: aplicável em casos de instalações com tensões superiores a 1.000 V.
O respeito a essas normas é essencial não apenas para garantir a segurança da instalação, mas também para assegurar que o projeto possa ser legalizado e executado de forma padronizada e compreensível por diferentes profissionais.
Para que o diagrama unifilar cumpra sua função com eficiência, algumas boas práticas devem ser observadas durante sua elaboração:
• Utilizar simbologia padronizada, evitando símbolos inventados ou de difícil compreensão;
• Indicar todos os circuitos com numeração clara, associada ao quadro de cargas ou memorial descritivo;
• Informar a bitola dos cabos, o tipo de condutor, a corrente nominal e as proteções;
• Manter o diagrama atualizado em caso de alterações na instalação;
• Distribuir as informações de forma clara e legível, facilitando a leitura e interpretação por qualquer profissional habilitado.
O uso de softwares especializados em desenho técnico (como AutoCAD, QElectroTech ou outros programas de CAD elétrico) pode facilitar a elaboração do diagrama com precisão e organização.
O diagrama unifilar é uma ferramenta indispensável para a documentação, execução e manutenção de instalações elétricas. Ele oferece uma visão geral do sistema, facilita a compreensão técnica por diferentes profissionais e garante que a instalação seja feita de acordo com os padrões de segurança, funcionalidade e normatização.
Seja em projetos residenciais, comerciais ou industriais, a correta elaboração e leitura do diagrama unifilar são fundamentais
para a eficiência energética, proteção contra riscos elétricos e confiabilidade da instalação. Investir na qualidade desse documento é investir na durabilidade e na segurança de toda a infraestrutura elétrica de uma edificação.
• ABNT. NBR 5410:2004 – Instalações Elétricas de Baixa Tensão.
Associação Brasileira de Normas Técnicas.
• ABNT. NBR 5444:1989 – Representação Gráfica de Elementos de Instalações Elétricas Prediais.
• ABNT. NBR 14039:2005 – Instalações Elétricas de Média Tensão.
• LORENZONI, Cláudio. Instalações Elétricas: Teoria e Prática. LTC, 2018.
• VILLATE, José Roberto. Instalações Elétricas. São Paulo: Érica, 2013.
• SENAI. Manual de Instalações Elétricas Prediais. SENAI-SP, 2020.
Execução de Instalações Elétricas Simples:
A execução de instalações elétricas simples é uma atividade essencial em obras residenciais, comerciais de pequeno porte e serviços de manutenção elétrica. Envolve procedimentos técnicos que garantem o fornecimento seguro e eficiente de energia elétrica para iluminação, tomadas e pequenos equipamentos. Os principais aspectos dessa etapa incluem a passagem de cabos por eletrodutos, a ligação de interruptores e tomadas e a realização de testes de continuidade e isolamento, assegurando a conformidade com a NBR 5410 – norma brasileira que rege instalações elétricas de baixa tensão.
Este texto tem como objetivo apresentar os fundamentos e boas práticas dessas atividades, reforçando a importância de executá-las com segurança, atenção às normas e qualidade técnica.
A passagem de cabos elétricos é uma das primeiras etapas práticas da execução de um circuito. Os eletrodutos, também conhecidos como conduítes, são tubos (metálicos ou não metálicos) usados para proteger os cabos contra danos mecânicos, umidade, ação química e interferências externas.
Antes de iniciar a passagem, é necessário:
• Verificar o trajeto dos eletrodutos de acordo com o projeto;
• Conferir a seção adequada dos eletrodutos, que deve permitir a passagem dos cabos sem esforço excessivo; • Garantir que o raio de curvatura dos eletrodutos respeite os limites normativos, evitando danos aos condutores;
• Utilizar caixas de passagem quando houver trechos longos ou muitas curvas.
A norma NBR 5410 recomenda que a ocupação interna do eletroduto não exceda 40% de sua seção transversal para
facilitar a manutenção e evitar aquecimento.
A passagem dos condutores pode ser feita manualmente, com uso de guias de nylon ou metálicas, lubrificantes apropriados e técnicas que evitem a tração excessiva. Os cabos devem ser puxados com cuidado, observando a integridade do isolamento.
Após a passagem, recomenda-se identificar os cabos com etiquetas ou cores padronizadas (fase, neutro, terra), conforme a norma.
A correta ligação dos dispositivos de comando e utilização — como interruptores e tomadas — é fundamental para o funcionamento e segurança do sistema elétrico. Esses dispositivos devem ser instalados de acordo com os símbolos e localização definidos na planta baixa elétrica.
• Interruptor simples: utilizado para comandar uma lâmpada de um único local. A fase é interrompida pelo interruptor, conectando-se ao retorno da lâmpada.
• Interruptor paralelo (two-way): permite o acionamento de uma lâmpada a partir de dois pontos. Dois interruptores são interligados por dois condutores de retorno e um condutor comum.
• Interruptor intermediário (four-way): acrescenta um terceiro ponto de comando ao sistema. Deve ser instalado entre os dois interruptores paralelos.
É fundamental que a fase seja interrompida, e não o neutro, para que não haja tensão no soquete da lâmpada quando esta estiver desligada.
As tomadas devem ser instaladas com atenção à sua corrente nominal (10 A ou 20 A) e ao tipo de condutor utilizado. Em tomadas do tipo 2P+T, o fio terra deve ser conectado ao pino central da tomada, e a fase e o neutro aos pinos laterais.
A instalação deve respeitar as alturas recomendadas pela NBR 5410:
• 30 cm do piso acabado para uso geral;
• Altura específica para usos especiais (máquinas de lavar, micro-ondas, etc.).
A conexão dos fios aos bornes deve ser feita de forma firme, sem excesso de isolação removida, e com uso de ferramentas apropriadas para garantir contato eficiente.
Após a execução da instalação, é essencial realizar testes que assegurem a funcionalidade e a segurança elétrica do sistema. Os principais testes são os de continuidade elétrica e isolamento elétrico.
O objetivo é verificar se não há circuitos interrompidos, ou seja, se os condutores estão corretamente conectados de uma extremidade à outra.
Pode ser feito com:
• Multímetro na escala de
resistência (indicando zero ohm ou bip de continuidade);
• Lâmpada de prova, quando se deseja testar fisicamente a condução de corrente.
Esse teste deve ser feito antes da energização do sistema, especialmente em condutores de proteção (terra) e de retorno de lâmpadas.
O teste de isolamento verifica se não há fugas de corrente entre condutores vivos (fase e neutro) e partes aterradas (condutor de proteção ou carcaças metálicas).
É realizado com o uso de um megôhmetro, que aplica uma tensão contínua entre os condutores e mede a resistência de isolamento. Valores muito baixos indicam falhas de isolamento ou risco de choque elétrico.
Segundo a NBR 5410, a resistência mínima aceitável para cabos novos é, geralmente, de 1 MΩ, embora valores acima de 5 MΩ sejam considerados seguros.
A execução de instalações elétricas simples exige planejamento, domínio técnico e atenção aos detalhes. A passagem correta dos cabos, a ligação adequada de interruptores e tomadas, e a realização de testes de continuidade e isolamento são etapas fundamentais para garantir um sistema seguro e eficiente.
Além da técnica, o cumprimento das normas técnicas vigentes, como a NBR 5410, é indispensável para assegurar a conformidade da instalação com os padrões de qualidade e segurança exigidos pela legislação e pelas boas práticas profissionais.
A adoção de procedimentos padronizados, uso de materiais certificados e a atuação de profissionais qualificados são fatores que reduzem significativamente os riscos elétricos e aumentam a confiabilidade das instalações.
• ABNT. NBR 5410:2004 – Instalações Elétricas de Baixa Tensão.
Associação Brasileira de Normas Técnicas.
• GUSSOW, Milton. Eletricidade Básica. McGraw-Hill, 5ª ed.
• LORENZONI, Cláudio. Instalações Elétricas: Teoria e Prática. LTC, 2018.
• VILLATE, José Roberto. Instalações Elétricas. São Paulo: Érica, 2013.
• SENAI. Manual de Instalações Elétricas Residenciais. SENAI-SP, 2020.
• LINS, Carlos A. S. Prática de Instalações Elétricas. Érica, 2015.
Elétricas: NBR 5410 e Equipamentos de Proteção Individual (EPI)
As instalações elétricas, quando mal planejadas ou executadas sem os devidos cuidados técnicos, representam sérios riscos à segurança de pessoas e patrimônios. Por isso, é indispensável que todas as etapas do projeto, execução e manutenção de sistemas elétricos estejam alinhadas com
instalações elétricas, quando mal planejadas ou executadas sem os devidos cuidados técnicos, representam sérios riscos à segurança de pessoas e patrimônios. Por isso, é indispensável que todas as etapas do projeto, execução e manutenção de sistemas elétricos estejam alinhadas com as normas técnicas vigentes e que os profissionais envolvidos utilizem Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) apropriados. No Brasil, a principal norma que rege as instalações elétricas de baixa tensão é a NBR 5410, estabelecida pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Este texto apresenta os princípios da norma NBR 5410, sua importância para a segurança das instalações e destaca os EPIs obrigatórios no trabalho com eletricidade.
A NBR 5410:2004 – Instalações Elétricas de Baixa Tensão estabelece os requisitos para o projeto, execução e manutenção de sistemas elétricos com tensão até 1.000 volts em corrente alternada e 1.500 volts em corrente contínua. Seu objetivo principal é garantir a segurança das pessoas, o funcionamento adequado da instalação, a proteção dos bens materiais e a compatibilidade com outros sistemas.
A NBR 5410 busca:
• Reduzir os riscos de choques elétricos, incêndios e falhas de funcionamento;
• Estabelecer critérios para dimensionamento de condutores, dispositivos de proteção e aterramento;
• Garantir condições adequadas de manutenção e operação;
• Estabelecer padrões mínimos de segurança em instalações novas, reformas ou ampliações. 2.2 Campos de Aplicação
A norma é aplicada em:
• Edificações residenciais, comerciais e industriais;
• Áreas externas, como jardins, estacionamentos e fachadas;
• Instalações temporárias, como canteiros de obras e eventos;
• Sistemas de distribuição de energia dentro dos limites das edificações.
Estão excluídas da NBR 5410 instalações de veículos, embarcações, aeronaves, equipamentos de tração elétrica e sistemas de alta tensão.
2.3 Requisitos Fundamentais
Alguns dos requisitos mais relevantes estabelecidos pela NBR 5410 incluem:
• Necessidade de sistemas de aterramento para proteção contra choques e surtos;
• Respeito à capacidade de condução de corrente dos condutores, considerando temperatura e modo de instalação;
•
Compatibilidade eletromagnética entre sistemas elétricos e eletrônicos;
• Aplicação de fatores de correção conforme agrupamento e temperatura ambiente.
Cumprir rigorosamente esses requisitos reduz falhas, aumenta a vida útil da instalação e, principalmente, salva vidas.
A segurança no trabalho com eletricidade não depende apenas de boas práticas técnicas e da conformidade com normas, mas também do uso adequado de EPIs. Segundo a Norma Regulamentadora nº 6 (NR 6), da Portaria nº 3.214/78 do Ministério do Trabalho e Emprego, EPI é todo dispositivo ou produto destinado à proteção do trabalhador contra riscos capazes de ameaçar sua segurança e saúde.
No contexto das instalações elétricas, os EPIs são indispensáveis para
prevenir choques elétricos, queimaduras, quedas, lesões por ferramentas e outros acidentes.
• Luvas isolantes de borracha: protegem contra choques elétricos diretos. Devem ser testadas e classificadas conforme a tensão máxima de trabalho.
• Capacete de segurança com aba frontal: protege contra impactos mecânicos e contatos com partes energizadas.
• Óculos de proteção: protegem os olhos contra faíscas, respingos e partículas em suspensão.
• Botas ou calçados isolantes: evitam a passagem da corrente elétrica para o solo em caso de contato com partes energizadas.
• Roupas com tratamento antichama: minimizam os efeitos térmicos em caso de arco elétrico.
• Cinturões de segurança com talabarte: necessários quando o trabalho é realizado em altura.
• Protetores auriculares: usados em ambientes ruidosos com motores e equipamentos de grande porte.
Além dos EPIs individuais, deve-se considerar o uso de equipamentos de proteção coletiva (EPCs), como sinalizações, barreiras, bloqueios e ferramentas isoladas.
O fornecimento, manutenção e fiscalização do uso de EPIs são de responsabilidade do empregador. Por sua vez, o trabalhador tem a obrigação de utilizar corretamente o EPI, conservar os equipamentos e comunicar qualquer irregularidade.
Todos os EPIs devem possuir Certificado de Aprovação (CA) emitido pelo Ministério do Trabalho, garantindo que foram testados e atendem aos padrões de segurança.
A integração entre a NBR 5410 e o uso de EPIs constitui a base para a segurança em instalações elétricas. Um sistema bem projetado, mesmo que
tecnicamente correto, não garante a proteção dos trabalhadores se estes não estiverem adequadamente equipados. Da mesma forma, o uso de EPIs pode não ser suficiente para evitar acidentes em uma instalação mal executada ou fora dos padrões normativos.
Assim, segurança elétrica eficaz depende de três pilares:
• Conformidade técnica com normas (como a NBR 5410);
• Capacitação técnica contínua dos profissionais envolvidos.
Treinamentos regulares, programas de prevenção de riscos elétricos (NR 10) e cultura organizacional voltada à segurança são elementos complementares que fortalecem esse sistema.
A segurança em instalações elétricas de baixa tensão exige um equilíbrio entre conhecimento técnico, obediência às normas e uso rigoroso de equipamentos de proteção. A NBR 5410 fornece a base normativa para o planejamento e execução das instalações, assegurando qualidade e prevenção de riscos. Já os EPIs garantem a integridade física dos profissionais que atuam diretamente com circuitos e equipamentos energizados.
Ignorar esses elementos representa um risco inaceitável. Por isso, o compromisso com a norma e com o uso adequado de EPIs deve ser uma prática inegociável em qualquer ambiente que envolva eletricidade.
• ABNT. NBR 5410:2004 – Instalações Elétricas de Baixa Tensão.
Associação Brasileira de Normas Técnicas.
• BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 6 – Equipamento de Proteção Individual. Portaria nº 3.214/78.
Eletricidade. Portaria nº 598/2004.
• GUSSOW, Milton. Eletricidade Básica. McGraw-Hill, 5ª ed.
• LORENZONI, Cláudio. Instalações Elétricas: Teoria e Prática. LTC, 2018.
• VILLATE, José Roberto. Instalações Elétricas. São Paulo: Érica, 2013.
• SENAI. Manual de Instalações Elétricas Prediais. SENAI-SP, 2020.
A eletricidade é essencial para a sociedade moderna, mas seu uso incorreto pode provocar acidentes graves e fatais. Os riscos elétricos estão presentes em diversas atividades e ambientes, tanto domésticos quanto industriais, sendo frequentemente subestimados por usuários e trabalhadores. Choques elétricos, queimaduras, quedas e incêndios são exemplos de consequências de falhas em sistemas elétricos ou na manipulação inadequada de componentes energizados.
Neste contexto, o conhecimento sobre tipos de riscos elétricos e os procedimentos adequados de primeiros socorros é fundamental para prevenir e agir corretamente em caso de acidentes.
Os riscos elétricos são todos os perigos decorrentes do contato direto ou indireto com a eletricidade. Eles envolvem efeitos fisiológicos no corpo humano e danos materiais, sendo agravados quando não se observam as normas de segurança.
É a passagem de corrente elétrica pelo corpo humano, resultante do contato com partes energizadas. Os efeitos variam conforme a intensidade da corrente, o tempo de exposição e o caminho que a corrente percorre no corpo. Pequenas correntes já podem provocar paradas respiratórias, fibrilação ventricular e morte.
Choques podem ser:
• De contato direto: quando a pessoa toca diretamente em condutores energizados;
• De contato indireto: por meio de partes metálicas acidentalmente energizadas, como carcaças de equipamentos.
2.2 Queimaduras
Podem ocorrer por:
• Calor gerado pelo arco elétrico (descargas entre condutores);
• Efeito térmico da corrente elétrica passando pelo corpo.
As queimaduras elétricas são geralmente internas e profundas, podendo danificar músculos, nervos e vasos sanguíneos sem sinais externos evidentes.
Ocorrem quando há uma descarga elétrica no ar entre dois pontos com diferença de potencial. São extremamente perigosos por gerar altas temperaturas, luz intensa, explosões e projeção de partículas incandescentes.
Instalações elétricas mal dimensionadas ou com sobrecarga podem provocar aquecimento excessivo, resultando em curtos-circuitos, derretimento de isolantes e princípios de incêndio.
Choques podem causar contrações musculares involuntárias, desequilíbrios e quedas de altura, o que pode gerar fraturas, lesões na cabeça ou politraumatismos.
A prevenção é a melhor forma de evitar acidentes elétricos. Entre as medidas fundamentais estão:
• Observar as normas técnicas, especialmente a NBR 5410 (instalações de baixa tensão) e a NR 10 (segurança em eletricidade);
• Utilizar dispositivos de proteção, como disjuntores, DRs
(diferenciais residuais), fusíveis e aterramento eficaz;
• Manter instalações em bom estado, com materiais certificados e mão de obra qualificada;
•
Desenergizar circuitos antes de manutenções;
• Realizar treinamento periódico para os trabalhadores expostos a riscos elétricos.
O atendimento imediato e adequado às vítimas de acidentes elétricos pode ser decisivo para a sobrevivência e recuperação. No entanto, os socorristas devem agir com cautela para não se tornarem vítimas secundárias.
Antes de socorrer:
• Verifique se a vítima ainda está em contato com a fonte elétrica;
• Não toque na vítima até que a energia seja desligada;
• Se não for possível desligar a energia, use um objeto isolante seco (como cabo de madeira ou plástico) para afastar a vítima da fonte.
4.2 Após a Interrupção da Corrente
• Caso esteja inconsciente e não respire, inicie RCP (reanimação cardiopulmonar) e acione imediatamente o SAMU (192) ou o serviço de emergência local;
• Para vítimas conscientes, observe queimaduras, dor, alterações neurológicas e dificuldade de locomoção;
• Mantenha a vítima aquecida e em repouso, até a chegada do atendimento especializado.
• Nunca toque na vítima se a energia ainda estiver ligada;
• Não ofereça líquidos ou alimentos;
• Não tente movimentar a vítima com lesão aparente na coluna ou fraturas expostas;
• Não utilize água para apagar incêndios elétricos sem antes desligar a energia.
A segurança em instalações e serviços com eletricidade é regida por um conjunto de normas e leis:
• NR 10 – Estabelece requisitos e condições mínimas para a segurança em instalações elétricas e serviços com eletricidade;
• NBR 5410 – Define critérios para o projeto e execução de instalações elétricas de baixa tensão;
• NR 6 – Regula o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs);
• Código Penal Brasileiro (art. 132) – Trata da exposição de pessoas a perigo, podendo responsabilizar o empregador ou profissional negligente.
O trabalhador exposto a risco elétrico deve, obrigatoriamente, passar por treinamento de segurança conforme a NR 10 e estar apto a atuar em emergências com base em procedimentos operacionais e primeiros socorros.
Os riscos elétricos estão presentes em uma ampla variedade de contextos e podem provocar lesões
graves ou fatais. A conscientização sobre os perigos da eletricidade, aliada à adoção de medidas preventivas e normas técnicas, é essencial para garantir a integridade física de usuários e profissionais da área.
Além disso, a capacitação em primeiros socorros deve ser parte da formação de qualquer pessoa que atue direta ou indiretamente com instalações elétricas. Saber como agir corretamente em uma emergência pode significar a diferença entre a vida e a morte.
• ABNT. NBR 5410:2004 – Instalações Elétricas de Baixa Tensão.
Associação Brasileira de Normas Técnicas.
Eletricidade. Portaria nº 598/2004.
• BRASIL. NR 6 – Equipamentos de Proteção Individual (EPI).
Portaria nº 3.214/78.
• GUSSOW, Milton. Eletricidade Básica. McGraw-Hill, 5ª ed.
• LORENZONI, Cláudio. Instalações Elétricas: Teoria e Prática. LTC, 2018.
• VILLATE, José Roberto. Instalações Elétricas. São Paulo: Érica, 2013.
• SENAI. Manual de Segurança em Instalações Elétricas. SENAI-SP, 2020.