AUXILIAR DE LABORATÓRIO DE BIOQUÍMICA
Introdução à Bioquímica
Fundamentos da Bioquímica
A bioquímica é uma ciência fascinante que se situa na interseção entre a biologia e a química, explorando os processos químicos que ocorrem dentro e em torno dos organismos vivos. No cerne desta disciplina estão os conceitos fundamentais de átomos, moléculas e ligações químicas, que juntos formam a base para entender como a vida é possível no nível molecular.
Átomos: Os Blocos Construtores da Matéria
Tudo no universo é composto de átomos, as unidades fundamentais da matéria. Um átomo é constituído por um núcleo central, que contém prótons (partículas positivamente carregadas) e nêutrons (partículas sem carga), circundado por elétrons (partículas negativamente carregadas) que orbitam o núcleo em diferentes camadas ou níveis de energia. Apesar de minúsculos, os átomos são os blocos construtores de tudo que vemos ao nosso redor, incluindo as moléculas que compõem os seres vivos.
Moléculas: A União de Átomos
Quando átomos se combinam, eles formam moléculas. Esta combinação pode ocorrer entre átomos do mesmo elemento, formando moléculas como o oxigênio diatômico (O2), que respiramos, ou entre átomos de diferentes elementos, resultando em compostos químicos como a água (H2O). As propriedades de uma molécula, incluindo sua reatividade, solubilidade e forma, são determinadas pelos tipos de átomos presentes e pelo modo como estão ligados.
Ligações Químicas: A Força que Une Átomos
A formação de moléculas é possível graças às ligações químicas, que são as forças de atração entre os átomos. Existem vários tipos de ligações químicas, mas as mais importantes na bioquímica são as ligações covalentes, iônicas e de hidrogênio.
Entender esses conceitos fundamentais é essencial para desvendar os mistérios da bioquímica e apreciar a complexidade da vida em sua forma mais básica. As propriedades únicas das ligações químicas e a maneira como os átomos se combinam para formar moléculas permitem a existência de uma diversidade incrível de formas de vida, cada uma adaptada ao seu ambiente de maneiras específicas. Este conhecimento não apenas amplia nossa compreensão do mundo natural, mas também abre caminhos para avanços em medicina, tecnologia e sustentabilidade ambiental.
Visão Geral das Macromoléculas: Proteínas, Carboidratos, Lipídios e Ácidos Nucleicos
As macromoléculas são grandes moléculas complexas que desempenham papéis fundamentais nos processos biológicos. Elas são os componentes básicos da vida, essenciais para a estrutura, função e regulação dos organismos vivos. As quatro principais classes de macromoléculas são proteínas, carboidratos, lipídios e ácidos nucleicos. Cada classe tem uma estrutura e função únicas que contribuem para a diversidade e complexidade da vida.
Proteínas
As proteínas são polímeros de aminoácidos, unidos por ligações peptídicas em uma sequência específica determinada pela informação genética de um organismo. Elas desempenham uma variedade de funções essenciais, incluindo catalisar reações químicas (enzimas), fornecer estrutura e suporte (proteínas estruturais), regular processos biológicos (hormônios), transportar moléculas (transportadores de membrana) e defender o organismo contra agentes patogênicos (anticorpos). A estrutura tridimensional de uma proteína, determinada pela sua sequência de aminoácidos, é crucial para sua função.
Carboidratos
Os carboidratos, também conhecidos como sacarídeos, são compostos de carbono, hidrogênio e oxigênio. Eles variam em tamanho desde monossacarídeos simples, como glicose e frutose, até polissacarídeos complexos, como amido e celulose. Os carboidratos desempenham várias funções, incluindo fornecer energia prontamente disponível (glicose), armazenar energia (glicogênio em animais e amido em plantas) e fornecer suporte estrutural (celulose em paredes celulares de plantas). Além disso, alguns carboidratos, como os glicolipídios e glicoproteínas, estão envolvidos na comunicação celular e na resposta imune.
Lipídios
Os lipídios são uma classe diversa de moléculas hidrofóbicas ou anfipáticas, incluindo gorduras, óleos, fosfolipídios e esteroides. Eles são fundamentais para construir as membranas celulares, servindo como uma barreira e mediando o transporte de substâncias. As gorduras e óleos são importantes para armazenar energia a longo prazo. Os esteroides, como o colesterol, desempenham papéis estruturais na membrana celular e são precursores de hormônios vitais. Os lipídios também estão envolvidos em processos de sinalização dentro e entre as células.
Ácidos Nucleicos
Os ácidos nucleicos, DNA (ácido desoxirribonucleico) e RNA (ácido ribonucleico), são polímeros de nucleotídeos que armazenam, transmitem e expressam a informação genética. O DNA contém as instruções genéticas usadas no desenvolvimento e funcionamento de todos os organismos vivos e alguns vírus, enquanto o RNA desempenha vários papéis na expressão dessas instruções, incluindo atuar como mensageiro entre o DNA e os ribossomos para sintetizar proteínas. Os ácidos nucleicos são fundamentais para a hereditariedade, a evolução e o controle da expressão gênica.
Conclusão
As macromoléculas, com suas estruturas e funções complexas, são a base da vida. Proteínas, carboidratos, lipídios e ácidos nucleicos interagem de maneiras sofisticadas para criar a teia intrincada de processos biológicos que sustentam os organismos vivos. Entender essas macromoléculas não apenas lança luz sobre os fundamentos da biologia, mas também abre caminho para avanços em biotecnologia, medicina, nutrição e ecologia, impactando significativamente nossa saúde, ambiente e sociedade.
A Importância da Água para os Processos Bioquímicos
A água é mais do que apenas um solvente universal; é um elemento indispensável para a vida, desempenhando papéis cruciais em praticamente todos os processos bioquímicos que ocorrem nos seres vivos. Sua estrutura molecular simples, consistindo de um átomo de oxigênio ligado a dois átomos de hidrogênio através de ligações covalentes, confere à água propriedades únicas que são fundamentais para a bioquímica da vida.
Solvente Universal
A capacidade da água de dissolver uma ampla gama de substâncias é uma de suas propriedades mais notáveis. Isso é devido à sua polaridade, onde o átomo de oxigênio tem uma carga parcial negativa e os átomos de hidrogênio têm cargas parciais positivas. Essa polaridade permite que a água interaja com e dissolva íons e outras moléculas polares, facilitando as reações químicas no
interior das células ao permitir que os reagentes se encontrem e reajam mais facilmente.
Participação em Reações Químicas
A água não só atua como meio para reações químicas, mas também participa ativamente de várias reações essenciais para a vida. Reações de hidrólise, onde uma molécula de água é usada para quebrar ligações químicas, são vitais para a digestão e o metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídios. Da mesma forma, a água é um produto em reações de condensação, que são importantes na síntese de macromoléculas, como a formação de ligações peptídicas entre aminoácidos durante a síntese de proteínas.
Regulação Térmica
A água possui uma elevada capacidade calorífica, o que significa que ela pode absorver ou liberar grandes quantidades de calor com apenas uma pequena mudança em sua própria temperatura. Esta propriedade permite que a água atue como um regulador térmico, mantendo a temperatura corporal dos organismos vivos dentro de limites que permitem o funcionamento adequado dos processos bioquímicos. Além disso, a elevada energia necessária para a evaporação da água permite que os organismos usem a transpiração como um meio eficaz de dissipar o excesso de calor.
Estrutura e Função de Biomoléculas
A água é essencial para a estrutura e função de várias biomoléculas. Por exemplo, ela é crucial para a manutenção da estrutura tridimensional das proteínas (conformação), através de ligações de hidrogênio e interações hidrofóbicas, que são determinantes para a função das proteínas. A água também contribui para a estrutura de dupla hélice do DNA, facilitando as interações entre as bases nucleotídicas por meio de pontes de hidrogênio.
Transporte de Substâncias
Nos organismos vivos, a água é o meio principal para o transporte de substâncias. Ela carrega nutrientes essenciais, hormônios, oxigênio e produtos residuais através do sangue e outros fluidos corporais, facilitando assim a comunicação e a coordenação entre diferentes partes do organismo. A movimentação de água entre células e seu ambiente também é fundamental para processos como a osmose, que é crucial para a manutenção do volume celular e do equilíbrio osmótico.
Conclusão
A importância da água para os processos bioquímicos é profunda e multifacetada. Sua universalidade como solvente, seu papel em reações químicas, suas propriedades de regulação térmica, sua influência na estrutura e função de biomoléculas, e sua função no transporte de substâncias, todos destacam a água como uma substância indispensável
para os processos bioquímicos é profunda e multifacetada. Sua universalidade como solvente, seu papel em reações químicas, suas propriedades de regulação térmica, sua influência na estrutura e função de biomoléculas, e sua função no transporte de substâncias, todos destacam a água como uma substância indispensável para a vida. A compreensão desses papéis não apenas aprofunda nosso conhecimento da bioquímica fundamental, mas também enfatiza a importância de preservar os recursos hídricos do nosso planeta para sustentar a vida em todas as suas formas.
Enzimas e Metabolismo
As enzimas são catalisadores biológicos que desempenham um papel central no metabolismo, acelerando as reações químicas que ocorrem dentro das células vivas. Sem as enzimas, a maioria dessas reações seria tão lenta a ponto de não sustentar a vida. A capacidade das enzimas de aumentar a taxa de reações químicas, sem serem consumidas no processo, é fundamental para a complexidade e a especificidade dos processos biológicos.
Estrutura das Enzimas
As enzimas são geralmente proteínas globulares que adotam uma forma tridimensional específica, crucial para sua função. Essa estrutura tridimensional forma um local ativo, uma região da enzima que se liga especificamente ao substrato (a molécula sobre a qual a enzima atuará). A especificidade das enzimas deve-se à complementaridade entre a forma e as propriedades químicas do local ativo e do substrato. A interação enzima-substrato é frequentemente descrita pelo modelo chave-fechadura, onde a enzima (fechadura) e o substrato (chave) se encaixam perfeitamente. No entanto, o modelo de ajuste induzido oferece uma descrição mais dinâmica, sugerindo que a enzima se ajusta ao substrato à medida que eles interagem, facilitando a conversão do substrato em produto.
Função das Enzimas
As enzimas catalisam reações reduzindo a energia de ativação necessária para que a reação ocorra, permitindo que as reações metabólicas prossigam a taxas significativamente mais rápidas. Elas podem catalisar todos os tipos de reações bioquímicas, incluindo a quebra de moléculas (catabolismo), a síntese de novas moléculas (anabolismo) e a transformação de uma molécula em outra (transformação). As enzimas são altamente específicas, não apenas pelo tipo de reação que catalisam, mas também pelos substratos específicos com os quais reagem. Esta especificidade é essencial para a regulação precisa do metabolismo celular.
A atividade enzimática pode ser regulada por diversos mecanismos,
incluindo modificação covalente (por exemplo, fosforilação), a presença de moléculas efetoras que aumentam ou diminuem a atividade enzimática, e por meio de mecanismos de feedback, onde os produtos finais de vias metabólicas inibem enzimas chave no início da via. Esses mecanismos de regulação permitem que a célula responda a mudanças nas condições internas e externas, mantendo o metabolismo sob um controle preciso.
Enzimas no Metabolismo
O metabolismo é o conjunto de todas as reações químicas que ocorrem dentro de um organismo para manter a vida. Essas reações são organizadas em vias metabólicas, nas quais uma molécula é transformada através de uma série de passos intermediários em produtos finais, com cada passo sendo catalisado por uma enzima específica. O metabolismo pode ser dividido em catabolismo, a via de degradação onde substâncias complexas são quebradas em moléculas mais simples, liberando energia no processo, e anabolismo, a via de síntese onde moléculas simples são construídas em estruturas mais complexas, consumindo energia.
A eficiência e a especificidade das enzimas permitem que as células realizem uma vasta gama de reações químicas em condições que seriam, de outra forma, inadequadas para a vida. Por meio de seu papel no metabolismo, as enzimas são fundamentais para a reprodução, crescimento, reparo de tecidos, regulação da energia e muitos outros processos essenciais para a vida. A compreensão das enzimas e de seu papel no metabolismo é crucial não apenas para a biologia e a medicina, mas também para a biotecnologia, onde as enzimas são usadas em aplicações industriais e ambientais.
Conceitos de Cinética Enzimática
A cinética enzimática é o estudo da velocidade das reações químicas que são catalisadas por enzimas. Ela fornece insights fundamentais sobre como as enzimas trabalham e como a atividade enzimática pode ser regulada, o que é crucial para compreender os mecanismos bioquímicos subjacentes ao metabolismo celular e para o desenvolvimento de novos medicamentos e terapias. Os conceitos básicos de cinética enzimática nos ajudam a entender como a concentração de substrato, a estrutura da enzima e diversos fatores ambientais, como pH e temperatura, afetam a velocidade das reações enzimáticas.
Taxa de Reação e Velocidade Máxima (Vmax)
Um dos conceitos fundamentais da cinética enzimática é que a velocidade de uma reação enzimática aumenta com a concentração do substrato até um ponto onde atinge um valor máximo, conhecido como velocidade máxima
(Vmax). Isso ocorre porque, a altas concentrações de substrato, todos os sítios ativos das enzimas estão ocupados e a enzima está trabalhando em sua capacidade máxima, de modo que a adição de mais substrato não aumenta a velocidade da reação.
Constante de Michaelis-Menten (Km)
A constante de Michaelis-Menten (Km) é outro conceito chave na cinética enzimática. Ela é definida como a concentração de substrato na qual a velocidade da reação é metade da Vmax. A Km é uma medida da afinidade da enzima pelo seu substrato: uma baixa Km indica alta afinidade, significando que a enzima pode atingir a metade da Vmax mesmo a baixas concentrações de substrato, enquanto uma alta Km indica baixa afinidade.
Modelo de Michaelis-Menten
O modelo de Michaelis-Menten é uma das formulações matemáticas mais conhecidas e amplamente utilizadas para descrever a cinética de muitas enzimas. Ele assume que a formação do complexo enzima-substrato (ES) é um passo rápido e reversível, enquanto a formação do produto a partir do complexo ES é o passo limitante da velocidade. Este modelo simplificado é útil para descrever muitas reações enzimáticas sob condições específicas, mas não pode explicar todas as características cinéticas observadas em sistemas biológicos complexos.
Inibição Enzimática
A cinética enzimática também inclui o estudo de inibidores, moléculas que diminuem a atividade enzimática. Existem diferentes tipos de inibição, incluindo inibição competitiva, onde o inibidor se liga ao sítio ativo da enzima e compete com o substrato; inibição não competitiva, onde o inibidor se liga a um local diferente, não afetando a ligação do substrato mas impedindo a conversão do substrato em produto; e inibição acompetitiva, que ocorre quando o inibidor só pode se ligar ao complexo enzima-substrato. Cada tipo de inibição tem um impacto distinto na forma da curva de cinética enzimática e nos valores de Vmax e Km, proporcionando informações valiosas sobre como a enzima interage com substratos e inibidores.
Importância da Cinética Enzimática
Compreender a cinética enzimática é fundamental para a biotecnologia, farmacologia e medicina, pois permite o desenvolvimento de fármacos que podem efetivamente inibir enzimas específicas envolvidas em doenças. Além disso, a manipulação da atividade enzimática através da modificação de condições ambientais ou através da engenharia genética de enzimas com propriedades cinéticas alteradas tem aplicações importantes na indústria e na pesquisa científica.
A cinética
enzimática, portanto, não é apenas um pilar da bioquímica e da biologia molecular, mas também uma ferramenta essencial para avançar nossa compreensão e capacidade de manipular os processos biológicos para aplicações práticas.
Visão Geral das Vias Metabólicas Principais: Glicólise, Ciclo de Krebs e Cadeia Transportadora de Elétrons
As vias metabólicas principais, incluindo a glicólise, o ciclo de Krebs e a cadeia transportadora de elétrons, constituem o núcleo do metabolismo energético em quase todos os seres vivos. Essas vias transformam nutrientes em energia (ATP) e blocos de construção para as células, desempenhando um papel central na bioquímica celular. Juntas, elas compõem uma rede complexa e altamente regulada que permite aos organismos extrair energia da matéria orgânica de forma eficiente.
Glicólise
A glicólise é a via metabólica que converte a glicose, um açúcar de seis carbonos, em piruvato, uma molécula de três carbonos, produzindo ATP e NADH no processo. Este caminho ocorre no citoplasma da célula e não requer oxigênio, funcionando tanto em condições aeróbias quanto anaeróbias. A glicólise é dividida em duas fases: a fase de investimento energético, onde a célula gasta ATP, e a fase de geração de energia, onde o ATP é produzido. Ao final da glicólise, cada molécula de glicose gera um saldo líquido de 2 ATP e 2 NADH, além de 2 moléculas de piruvato.
Ciclo de Krebs
O ciclo de Krebs, também conhecido como ciclo do ácido cítrico, ocorre nas mitocôndrias e é um processo central no metabolismo aeróbio. Ele começa com a conversão do piruvato, produto final da glicólise, em Acetil-CoA, que então entra no ciclo. Durante uma série de reações, o ciclo de Krebs oxida completamente o Acetil-CoA a dióxido de carbono (CO2), gerando ATP, NADH e FADH2. Este ciclo não só produz moléculas de energia diretamente, mas também fornece os elétrons de alta energia necessários para a próxima etapa da produção de energia celular, a cadeia transportadora de elétrons.
Cadeia Transportadora de Elétrons
A cadeia transportadora de elétrons é o estágio final do metabolismo energético e ocorre na membrana interna da mitocôndria. Ela usa os elétrons de alta energia provenientes do NADH e do FADH2, gerados durante a glicólise e o ciclo de Krebs, para conduzir o bombeamento de prótons para fora da matriz mitocondrial. Este processo cria um gradiente de prótons através da membrana, gerando um potencial de membrana que é usado pela ATP sintase para produzir ATP. O oxigênio atua como o
aceptor final de elétrons nesta cadeia, sendo reduzido a água. Esta via é a mais eficiente na produção de ATP, gerando aproximadamente 34 moléculas de ATP por molécula de glicose oxidada.
Conclusão
Juntas, a glicólise, o ciclo de Krebs e a cadeia transportadora de elétrons constituem o coração do metabolismo celular, convertendo nutrientes em ATP, a moeda energética da célula. Este processo é incrivelmente eficiente e é essencial para a manutenção da vida, desde os microrganismos mais simples até os seres humanos. Além de produzir energia, essas vias metabólicas também fornecem intermediários críticos para a biossíntese de lipídios, proteínas, nucleotídeos e outros componentes celulares essenciais, demonstrando a interconexão profunda e a elegância dos processos bioquímicos dentro da célula.
Técnicas Básicas de Laboratório
As técnicas de preparação de soluções e diluições constituem habilidades fundamentais em qualquer laboratório, seja ele focado em química, biologia, bioquímica, ou qualquer outra ciência experimental. Dominar estas técnicas é essencial para realizar experimentos precisos e confiáveis, pois a maioria dos processos laboratoriais depende da utilização de reagentes nas concentrações corretas.
Preparação de Soluções
A preparação de soluções envolve dissolver uma quantidade precisa de soluto (uma substância sólida ou líquida) em um solvente apropriado para obter um volume específico de solução com uma concentração desejada. O processo geralmente segue estas etapas:
1. Cálculo da Quantidade de Sólido ou Líquido Necessário: Utiliza-se fórmulas ou cálculos baseados na relação molaridade (M), que é expressa em moles de soluto por litro de solução (mol/L), para determinar a quantidade de soluto necessária.
2. Pesagem ou Medição do Sólido ou Líquido: O soluto é pesado em uma balança analítica para sólidos ou medido em uma proveta ou pipeta para líquidos.
3. Dissolução do Sólido ou Líquido: O soluto é adicionado a um volume parcial do solvente, geralmente água, em um frasco volumétrico. A mistura é agitada até que o soluto se dissolva completamente.
4. Ajuste do Volume Final: Após a dissolução completa do soluto, adiciona-se mais solvente até atingir o volume final desejado, marcado no frasco volumétrico. A solução é misturada novamente para garantir a homogeneidade.
Diluições
A diluição de soluções é o processo de redução da concentração de uma solução, adicionando mais solvente. É uma técnica comum para ajustar a concentração de reagentes a
níveis adequados para experimentos específicos. A diluição segue a fórmula C1V1 = C2V2, onde C1 e V1 são a concentração e o volume da solução original, e C2 e V2 são a concentração e o volume da solução final, respectivamente.
1. Cálculo do Volume de Solução Original Necessário: Utiliza-se a fórmula de diluição para calcular quanto da solução original é necessário para obter a nova concentração desejada.
2. Medição do Volume de Solução Original: Mede-se o volume calculado da solução original usando pipetas ou provetas, dependendo do volume necessário.
3. Adição de Solvente para Diluição: Transfere-se a quantidade medida de solução original para um frasco volumétrico e adiciona-se o solvente até atingir o novo volume desejado.
4. Mistura da Solução Diluída: A solução diluída é misturada cuidadosamente para garantir que a concentração do soluto seja uniforme em todo o volume.
Considerações Importantes
Dominar a arte de preparar soluções e diluições é essencial para o sucesso no laboratório, impactando diretamente na precisão e na confiabilidade dos experimentos científicos.
Uso Básico de Equipamentos de Laboratório: Pipetas, Balanças Analíticas e Phmetros
O uso eficaz de equipamentos de laboratório é fundamental para a execução precisa e eficiente de experimentos científicos. Entre os equipamentos mais fundamentais encontrados em laboratórios estão as pipetas, balanças analíticas e pHmetros. Cada um desses instrumentos desempenha um papel essencial na medição e manipulação de substâncias químicas e biológicas com alta precisão.
Pipetas
As pipetas são instrumentos cruciais para a transferência volumétrica precisa de líquidos. Existem vários tipos, incluindo pipetas volumétricas, graduadas e automáticas (pipetadores), cada uma projetada para diferentes aplicações e níveis de precisão.
Ao usar pipetas, é importante garantir a formação adequada de selo, evitar a introdução de bolhas de ar e garantir que o líquido seja dispensado completamente e de maneira controlada.
Balanças Analíticas
Balanças analíticas são utilizadas para medir massas com alta precisão, frequentemente até 0,0001 gramas. São essenciais para a preparação de soluções químicas e a pesagem de pequenas quantidades de reagentes.
pHmetros
pHmetros são utilizados para medir o pH, ou acidez/basicidade, de soluções. A precisão na medição do pH é vital para experimentos em muitos campos da ciência, especialmente na química e biologia, onde o pH pode afetar significativamente a reatividade química e a biologia dos sistemas estudados.
Considerações Gerais
Ao utilizar equipamentos de laboratório, a precisão e a técnica adequada são essenciais. Erros no uso de equipamentos podem levar a resultados experimentais imprecisos ou inconsistentes. Além disso, é importante seguir as diretrizes de segurança do laboratório, incluindo o uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI), para garantir a segurança do usuário e a integridade dos experimentos. O treinamento adequado e o respeito pelos protocolos de laboratório são fundamentais para o sucesso experimental e a segurança no laboratório.
Introdução à Espectrofotometria e Cromatografia
A espectrofotometria e a cromatografia são duas técnicas analíticas poderosas amplamente utilizadas em laboratórios de química, biologia, bioquímica, e áreas relacionadas, para a
identificação, quantificação e purificação de substâncias. Ambas as técnicas exploram propriedades físicas e químicas únicas das substâncias para realizar análises detalhadas e precisas.
Espectrofotometria
A espectrofotometria é uma técnica que mede a quantidade de luz que uma amostra absorve, transmite ou reflete. Baseia-se no princípio de que cada composto absorve ou transmite luz em comprimentos de onda específicos. Essa característica permite a identificação e quantificação de substâncias em uma amostra ao determinar a intensidade da luz antes e depois de passar pela amostra.
Cromatografia
A cromatografia é uma técnica de separação que permite a análise de misturas complexas ao dividir seus componentes com base em diferenças nas suas propriedades de adesão a duas fases: uma estacionária e uma móvel. Os componentes da amostra migram a velocidades diferentes, permitindo sua separação, identificação e purificação.
Conclusão
A espectrofotometria e a cromatografia são fundamentais no arsenal de técnicas disponíveis para cientistas em diversas disciplinas. A escolha entre uma ou outra técnica, ou a decisão de usá-las em conjunto, depende dos objetivos específicos da análise, da natureza da amostra e dos componentes
de técnicas disponíveis para cientistas em diversas disciplinas. A escolha entre uma ou outra técnica, ou a decisão de usá-las em conjunto, depende dos objetivos específicos da análise, da natureza da amostra e dos componentes de interesse. Enquanto a espectrofotometria é inestimável para a quantificação e análise da absorção de luz por substâncias, a cromatografia oferece uma solução versátil para a separação e purificação de componentes em misturas complexas. Juntas, essas técnicas enriquecem significativamente o campo da análise química e bioquímica, permitindo o avanço da ciência e da tecnologia.