Organização de Buffet para Eventos

 ORGANIZAÇÃO DE BUFFET PARA EVENTOS

 

 

Gestão, Tendências e Sustentabilidade

Gestão financeira e controle de qualidade

 

1. Introdução

A gestão financeira e o controle de qualidade são elementos estratégicos para a sustentabilidade e o sucesso de qualquer buffet ou empresa de eventos. A primeira assegura a viabilidade econômica do negócio, enquanto a segunda garante a entrega de um serviço confiável, eficiente e capaz de gerar satisfação e fidelização do cliente. No contexto competitivo do setor de eventos, dominar essas duas dimensões é fundamental para manter equilíbrio entre rentabilidade e excelência operacional.

A gestão financeira envolve o planejamento, o monitoramento e a análise dos recursos, desde a definição de preços até o controle de despesas e lucros. Já o controle de qualidade é o conjunto de práticas que assegura que cada etapa — da compra de insumos ao atendimento final — atenda aos padrões estabelecidos. Quando bem integradas, essas áreas fortalecem a imagem do buffet, aumentam sua competitividade e reduzem riscos administrativos e financeiros (Castro, 2021).

2. Cálculo de Custos, Precificação e Margem de Lucro

O ponto de partida da gestão financeira é o cálculo correto dos custos, que permite determinar o preço de venda e a margem de lucro. Em um buffet, os custos podem ser classificados em fixos (como aluguel, energia, salários e seguros) e variáveis (como alimentos, bebidas e materiais descartáveis). O gestor precisa identificar o peso de cada categoria para compor o valor real de cada serviço ou evento.

precificação é o processo de definir o preço de venda a partir da soma dos custos e da margem de lucro desejada. Segundo Bastos (2020), a fórmula básica inclui três componentes: custo total, despesas operacionais e lucro. No entanto, fatores externos como concorrência, perfil do público, localização e sazonalidade também influenciam o preço final.

Para o cálculo adequado, utiliza-se a seguinte lógica:

  • Custo total = custo fixo + custo variável.
  • Preço de venda = custo total + margem de lucro.

margem de lucro deve ser suficiente para cobrir imprevistos e gerar retorno compatível com o risco do negócio. Em buffets de eventos, a margem média varia entre 20% e 40%, dependendo do porte e da complexidade do serviço. No entanto, a precificação não deve se limitar à matemática: deve refletir o posicionamento do buffet no mercado, o valor percebido pelo cliente e a qualidade da experiência oferecida (Ferreira, 2019).

Além disso, o controle de custos deve

ser contínuo. É recomendável revisar periodicamente os gastos com insumos, transportes e pessoal, adotando práticas como o reaproveitamento de alimentos e a negociação direta com produtores locais, o que reduz despesas e fortalece a sustentabilidade do negócio (Silva, 2021).

3. Contratos e Negociações com Fornecedores

Os contratos e as negociações com fornecedores representam uma parte estratégica da gestão financeira, pois afetam diretamente a rentabilidade e a qualidade do serviço. O buffet depende de diversos parceiros — como fornecedores de alimentos, bebidas, equipamentos, decoração e transporte — e a relação com esses agentes deve ser pautada pela transparência e pelo equilíbrio contratual.

Um contrato bem elaborado deve conter cláusulas claras sobre prazos, formas de pagamento, quantidades, qualidade dos produtos, responsabilidades de ambas as partes e penalidades em caso de descumprimento. Segundo Lima (2020), um dos erros mais comuns em buffets é a ausência de contratos formais, o que aumenta os riscos de prejuízo financeiro e problemas jurídicos.

negociação eficiente com fornecedores exige planejamento e análise de mercado. É importante solicitar orçamentos comparativos, verificar referências e avaliar não apenas o preço, mas também a confiabilidade e a regularidade das entregas. A prática de compras planejadas, com base em cronogramas de eventos e previsões de consumo, permite melhores condições comerciais e evita desperdícios.

Além disso, deve-se priorizar parcerias com fornecedores locais, o que reduz custos de transporte e contribui para o desenvolvimento econômico regional. Essa política de compra responsável também reforça o compromisso do buffet com a sustentabilidade e a responsabilidade social (Costa, 2018).

4. Avaliação da Satisfação do Cliente

O controle de qualidade em um buffet não se limita ao serviço de alimentação; ele envolve toda a experiência do cliente, desde o primeiro contato até o pós-evento. Avaliar a satisfação do cliente é um instrumento valioso para medir o desempenho da equipe, identificar falhas e implementar melhorias contínuas.

Existem diversas formas de avaliar a satisfação, como questionários pós-evento, entrevistas, formulários digitais e observação direta durante o serviço. Segundo Castro (2021), o feedback do cliente deve ser tratado como um indicador de qualidade e não apenas como uma opinião isolada. Ele fornece dados para decisões estratégicas, como ajustes de cardápio, mudanças no layout do buffet e treinamentos

específicos.

Os principais critérios avaliados pelos clientes incluem:

  • Qualidade dos alimentos e bebidas.
  • Cordialidade e eficiência da equipe.
  • Organização e pontualidade.
  • Limpeza e ambientação.
  • Custo-benefício percebido.

Além disso, o atendimento pós-evento é fundamental. Enviar mensagens de agradecimento, oferecer descontos para eventos futuros e solicitar retorno sobre a experiência fortalecem o vínculo com o cliente e aumentam a probabilidade de novas contratações (Ferreira, 2019).

Empresas que adotam sistemas de escuta ativa — ou seja, que valorizam a opinião do cliente — constroem reputações sólidas e aumentam sua competitividade no mercado.

5. Ferramentas de Gestão e Controle

A tecnologia é uma aliada indispensável na gestão financeira e no controle de qualidade de buffets. Atualmente, existem diversas ferramentas de gestão que facilitam o acompanhamento de processos, otimizam o tempo e reduzem erros.

Os softwares de gestão financeira permitem registrar receitas e despesas, gerar relatórios de fluxo de caixa, calcular margens de lucro e monitorar o desempenho econômico do negócio. Entre os mais utilizados no setor estão sistemas de gestão integrada (ERP) e planilhas automatizadas de controle de eventos.

No campo da qualidade, ferramentas como checklists operacionaisplanos de ação (PDCA) e indicadores de desempenho (KPIs) auxiliam no monitoramento da eficiência e da satisfação dos clientes. Segundo Bastos (2020), essas metodologias criam uma cultura organizacional baseada em dados e resultados, tornando a tomada de decisão mais precisa e racional.

Outras ferramentas úteis incluem:

  • Controle de estoque digital, que permite rastrear o uso de insumos e prever necessidades futuras.
  • Sistemas de CRM (Customer Relationship Management), voltados à gestão do relacionamento com o cliente.
  • Plataformas de pesquisa de satisfação online, que coletam avaliações e comentários de forma rápida e acessível.

Essas tecnologias, quando associadas à capacitação da equipe, promovem maior eficiência operacional e melhoram o desempenho global do buffet.

6. Considerações Finais

A gestão financeira e o controle de qualidade caminham juntos no sucesso de um buffet. O equilíbrio entre custos e qualidade define a capacidade da empresa de se manter competitiva e sustentável no longo prazo. Um planejamento financeiro sólido, aliado a práticas de controle e monitoramento da satisfação do cliente, garante não apenas resultados econômicos positivos, mas também a credibilidade e o reconhecimento no

mercado.

Em um setor altamente sensível à experiência do cliente, a eficiência administrativa e a excelência operacional são diferenciais indispensáveis. Investir em gestão é investir em previsibilidade, segurança e crescimento. Assim, o buffet deixa de ser apenas um serviço de alimentação e se consolida como uma experiência de confiança, qualidade e valor.

Referências Bibliográficas

  • BASTOS, Carlos H. Planejamento e Organização de Eventos. Rio de Janeiro: LTC, 2020.
  • CASTRO, Ana Lúcia de. Gestão de Eventos e Serviços de Alimentação. São Paulo: Senac, 2021.
  • COSTA, Mariana L. Serviço de Sala e Atendimento em Eventos. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2018.
  • FERREIRA, José A. Manual de Gastronomia e Serviços de Buffet. São Paulo: Senac, 2019.
  • LIMA, André P. Catering e Logística de Alimentação para Eventos. Porto Alegre: Penso, 2020.
  • SILVA, Marta R. Sustentabilidade e Gastronomia: práticas responsáveis na alimentação fora do lar. São Paulo: Editora Educ, 2021.


Tendências e Inovação em Buffets

 

1. Introdução

O setor de buffets e eventos está em constante transformação, impulsionado por mudanças no comportamento do consumidor, avanços tecnológicos e novas demandas sociais. A inovação, que antes se restringia à gastronomia, hoje abrange também a experiência do cliente, o uso de tecnologia, a sustentabilidade e o marketing digital. O buffet contemporâneo precisa ir além da oferta de alimentos e bebidas, transformando-se em uma experiência sensorial completa, alinhada às tendências culturais e às expectativas do público moderno (Castro, 2021).

As empresas que se destacam nesse segmento são aquelas que combinam criatividade e gestão, adotando soluções inovadoras que melhoram a eficiência operacional, reduzem custos e fortalecem o relacionamento com os clientes. A seguir, são apresentadas as principais tendências e inovações que estão moldando o futuro dos serviços de buffet.

2. Novos Formatos de Serviço e Gastronomia Temática

Nos últimos anos, os buffets tradicionais — com mesas fixas e atendimento convencional — vêm dando lugar a formatos mais dinâmicos, criativos e personalizados. A busca por experiências diferenciadas levou à popularização de conceitos como estações gastronômicasilhas interativas e food trucks em eventos.

As estações gastronômicas permitem que os convidados interajam com os chefs e escolham ingredientes e modos de preparo, o que aumenta o envolvimento e a percepção de exclusividade. Já os buffets temáticos ganham força por oferecerem uma identidade visual e

cultural ao evento, com cardápios inspirados em culinárias regionais, internacionais ou históricas. Essa tendência alia entretenimento e gastronomia, transformando o ato de se alimentar em uma experiência cultural (Ferreira, 2019).

Outra tendência crescente é a valorização da gastronomia sustentável e regional, que privilegia produtos orgânicos, locais e sazonais. Essa prática reduz o impacto ambiental, fortalece produtores regionais e atende ao perfil de consumidores mais conscientes, que buscam autenticidade e responsabilidade socioambiental (Silva, 2021).

Em paralelo, surgem propostas de gastronomia funcional e inclusiva, com cardápios adaptados a restrições alimentares, como dietas veganas, sem glúten ou sem lactose. Esses novos formatos ampliam o público-alvo e reforçam a imagem do buffet como uma marca atenta à diversidade e à saúde.

3. Uso de Tecnologia em Eventos (Cardápios Digitais, Pagamentos Online)

A transformação digital atingiu fortemente o setor de eventos e buffets, redefinindo a forma como os serviços são planejados, contratados e executados. O uso de tecnologia não é mais um diferencial, mas uma necessidade estratégica para garantir agilidade, controle e interação.

Os cardápios digitais representam uma das principais inovações no atendimento. Disponíveis por meio de tablets, QR Codes ou aplicativos, eles permitem que os convidados consultem as opções de alimentos, ingredientes e informações nutricionais em tempo real. Essa solução elimina o uso de papel, moderniza a experiência e reforça o compromisso com a sustentabilidade (Lima, 2020).

Outro avanço é o uso de sistemas de pagamento online e automatizado, que facilitam a contratação e a gestão financeira dos eventos. Plataformas de pagamento integradas permitem dividir contas, parcelar serviços e emitir recibos digitais com rapidez e segurança. Além disso, ferramentas como softwares de gestão (ERP) e aplicativos de agendamento otimizam o controle de estoque, equipe e logística.

A tecnologia também contribui para o aprimoramento da segurança alimentar, com sensores de temperatura, etiquetas inteligentes e relatórios automatizados de controle sanitário. Segundo Costa (2018), a digitalização dos processos de buffet reduz falhas humanas e aumenta a transparência, fortalecendo a confiança do cliente.

Essas inovações tecnológicas transformam o buffet em um serviço mais eficiente, interativo e conectado às demandas do consumidor moderno, que valoriza praticidade, informação e autonomia.

4. Experiências

Personalizadas e Imersivas

O consumidor contemporâneo busca experiências memoráveis, e não apenas produtos ou serviços. No setor de buffets, isso se traduz em eventos personalizados e imersivos, que estimulam os sentidos e criam conexões emocionais com o público.

personalização é uma das maiores tendências atuais. Buffets que conhecem o perfil de seus clientes conseguem oferecer cardápios sob medida, ambientações exclusivas e detalhes que refletem a identidade do evento. O uso de dados e histórico de preferências permite criar experiências únicas, aumentando a percepção de valor (Castro, 2021).

Já as experiências imersivas unem gastronomia, design e tecnologia para criar atmosferas envolventes. Isso pode incluir iluminação sincronizada com a música, projeções visuais, aromas personalizados e até performances gastronômicas ao vivo. Eventos corporativos, casamentos e festas temáticas têm incorporado essas práticas para proporcionar momentos inesquecíveis.

De acordo com Bastos (2020), a experiência do cliente deve ser pensada de forma holística, desde o primeiro contato até o pós-evento. Cada detalhe — o sabor dos pratos, o tempo de atendimento, a decoração, a trilha sonora e o conforto do ambiente — compõe a narrativa do evento e define o grau de satisfação do convidado.

A inovação, portanto, não está apenas na introdução de novas tecnologias, mas na capacidade de o buffet criar conexões emocionais e sensoriais com seus clientes, transformando o serviço em uma experiência completa e inesquecível.

5. Marketing e Redes Sociais para Buffets

O marketing digital tornou-se um dos principais instrumentos de divulgação e relacionamento no setor de buffets. Com o crescimento das redes sociais, plataformas como Instagram, Facebook, TikTok e LinkedIn se tornaram vitrines estratégicas para apresentar portfólios, compartilhar depoimentos e atrair novos clientes.

marketing de experiência é uma tendência forte, voltada à criação de conteúdo visual que desperte emoções. Fotografias de alta qualidade, vídeos curtos mostrando bastidores e publicações interativas geram engajamento e fortalecem o vínculo com o público. Para Ferreira (2019), o sucesso no marketing digital depende da autenticidade e da consistência: o cliente deve perceber no ambiente online a mesma qualidade e sensibilidade presentes no serviço presencial.

As avaliações online também exercem papel decisivo. Plataformas como Google Meu Negócio e redes sociais funcionam como canais de feedback público, influenciando

diretamente a decisão de compra de outros clientes. Por isso, é essencial que as empresas respondam com atenção e profissionalismo às avaliações, positivas ou negativas.

uso de influenciadores digitais e o marketing de relacionamento são estratégias que potencializam a visibilidade da marca, especialmente em nichos específicos, como casamentos, festas infantis e eventos corporativos. Além disso, o investimento em anúncios segmentados e campanhas patrocinadas permite atingir públicos específicos de forma eficaz e com baixo custo (Lima, 2020).

Por fim, o marketing digital deve estar alinhado ao propósito e aos valores da empresa. Buffets que comunicam sustentabilidade, regionalismo ou inovação devem refletir esses princípios em sua presença online, consolidando uma imagem coerente e de credibilidade.

6. Considerações Finais

As tendências e inovações em buffets demonstram que o setor vive um momento de reinvenção, no qual a tecnologia, a personalização e o marketing digital são tão importantes quanto a gastronomia em si. O público contemporâneo valoriza experiências autênticas, sustentáveis e conectadas, exigindo que as empresas se adaptem rapidamente às novas demandas.

Inovar significa equilibrar tradição e modernidade, respeitando os fundamentos da hospitalidade enquanto se incorporam práticas digitais, estéticas e sensoriais. Buffets que investem em inovação fortalecem sua competitividade, ampliam sua base de clientes e consolidam uma identidade marcante no mercado de eventos.

A inovação, portanto, não é apenas uma tendência passageira, mas uma necessidade contínua de evolução — uma filosofia de trabalho que coloca o cliente no centro da experiência e transforma o ato de servir em uma arte em constante renovação.

Referências Bibliográficas

  • BASTOS, Carlos H. Planejamento e Organização de Eventos. Rio de Janeiro: LTC, 2020.
  • CASTRO, Ana Lúcia de. Gestão de Eventos e Serviços de Alimentação. São Paulo: Senac, 2021.
  • COSTA, Mariana L. Serviço de Sala e Atendimento em Eventos. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2018.
  • FERREIRA, José A. Manual de Gastronomia e Serviços de Buffet. São Paulo: Senac, 2019.
  • LIMA, André P. Catering e Logística de Alimentação para Eventos. Porto Alegre: Penso, 2020.
  • SILVA, Marta R. Sustentabilidade e Gastronomia: práticas responsáveis na alimentação fora do lar. São Paulo: Editora Educ, 2021.


Sustentabilidade e Responsabilidade Socioambiental

 

1. Introdução

A sustentabilidade e a responsabilidade socioambiental tornaram-se temas centrais no setor de

eventos e gastronomia, refletindo uma mudança de paradigma nas relações de consumo e produção. O público contemporâneo valoriza cada vez mais empresas que adotam práticas éticas e sustentáveis, demonstrando compromisso com o meio ambiente e com a sociedade. No contexto dos buffets, a sustentabilidade não é apenas uma tendência, mas uma necessidade estratégica que une eficiência econômica, respeito ambiental e inclusão social (Silva, 2021).

A atuação sustentável em buffets envolve a adoção de medidas que reduzam desperdícios, priorizem produtos locais e orgânicos, utilizem embalagens ecológicas e promovam acessibilidade e inclusão. Essas ações contribuem para um ciclo produtivo mais responsável e reforçam a imagem da empresa perante clientes e parceiros, gerando valor simbólico e competitivo.

2. Redução de Desperdícios e Reaproveitamento Criativo

O desperdício de alimentos é um dos maiores desafios do setor de eventos e gastronomia. Segundo dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), cerca de um terço dos alimentos produzidos mundialmente é desperdiçado. Em buffets, esse problema é agravado pelo excesso de produção e pela dificuldade de prever o consumo exato de convidados.

redução de desperdícios começa no planejamento. Um controle preciso do número de convidados, cardápios adequados à ocasião e porções equilibradas são estratégias eficazes para evitar sobras. O treinamento da equipe também é essencial: cozinheiros e garçons devem estar atentos às quantidades servidas e às reposições no buffet (Castro, 2021).

reaproveitamento criativo dos alimentos, dentro dos limites sanitários, é outra prática sustentável. Cascas, talos e sementes podem ser transformados em novos pratos, caldos ou sobremesas, reduzindo custos e agregando valor ao cardápio. Além disso, alimentos não consumidos e ainda seguros podem ser doados a instituições de caridade, conforme orientações da Lei nº 14.016/2020, que regulamenta a doação de excedentes alimentares no Brasil.

Essas práticas, além de reduzir o impacto ambiental, expressam responsabilidade social e reforçam o papel do buffet como agente transformador em prol do consumo consciente.

3. Uso de Produtos Locais e Orgânicos

A valorização de produtos locais e orgânicos é uma das principais tendências sustentáveis no setor gastronômico. Essa prática promove o desenvolvimento econômico regional, reduz a emissão de gases de efeito estufa associados ao transporte de longa distância e estimula uma alimentação

uma das principais tendências sustentáveis no setor gastronômico. Essa prática promove o desenvolvimento econômico regional, reduz a emissão de gases de efeito estufa associados ao transporte de longa distância e estimula uma alimentação mais saudável e ética.

Os produtos locais garantem frescor, qualidade e autenticidade aos cardápios, permitindo ao buffet destacar sabores regionais e fortalecer a identidade cultural dos eventos. Além disso, o relacionamento direto com pequenos produtores facilita a negociação de preços justos e a previsibilidade na entrega dos insumos (Ferreira, 2019).

Os alimentos orgânicos, por sua vez, são cultivados sem o uso de agrotóxicos ou fertilizantes químicos, respeitando o equilíbrio natural do solo e da biodiversidade. O uso desses produtos demonstra compromisso com a saúde dos consumidores e com práticas agrícolas sustentáveis. Segundo Lima (2020), incluir ingredientes orgânicos no cardápio agrega valor ao serviço e posiciona o buffet em um nicho de mercado diferenciado e mais consciente.

Ao optar por fornecedores locais e orgânicos, os buffets também podem comunicar essas escolhas aos clientes, reforçando sua imagem institucional e criando uma narrativa de compromisso ambiental e social.

4. Embalagens Biodegradáveis e Gestão de Resíduos

O impacto ambiental gerado pelo descarte de embalagens e resíduos é uma preocupação crescente. Buffets e empresas de eventos, por utilizarem grande volume de materiais descartáveis, têm papel fundamental na transição para práticas mais ecológicas.

O uso de embalagens biodegradáveis e compostáveis é uma alternativa viável e alinhada às metas globais de redução de poluição plástica. Feitas de materiais como amido de milho, bagaço de cana e papel reciclado, essas embalagens se decompõem naturalmente, sem liberar substâncias tóxicas no ambiente. Além disso, podem ser personalizadas, contribuindo para a identidade visual e o marketing verde da empresa (Costa, 2018).

gestão de resíduos deve seguir princípios de separação, reaproveitamento e destinação adequada. É essencial adotar a coleta seletiva, com recipientes identificados para diferentes tipos de resíduos (orgânicos, recicláveis e rejeitos). O treinamento da equipe é indispensável para garantir que o processo seja eficiente e que o descarte incorreto não comprometa o esforço ambiental.

Outra medida importante é o estabelecimento de parcerias com cooperativas de reciclagem, que garantem o destino correto dos materiais e geram renda para

comunidades locais. Essa ação reforça o caráter social da sustentabilidade, conectando o buffet à economia circular e à inclusão produtiva (Silva, 2021).

Por fim, o monitoramento dos resíduos gerados deve ser constante, permitindo à empresa identificar pontos de melhoria e metas de redução. A gestão ambiental eficiente se torna, assim, um diferencial competitivo e uma prática ética de responsabilidade corporativa.

5. Inclusão e Acessibilidade em Eventos

A sustentabilidade não se limita ao meio ambiente: ela também envolve aspectos sociais, como inclusão e acessibilidade. Um evento sustentável é aquele que garante o acesso e o conforto de todas as pessoas, independentemente de suas condições físicas, sensoriais ou cognitivas.

acessibilidade deve estar presente em todos os aspectos da estrutura do evento — desde a entrada até o salão e os banheiros —, conforme as diretrizes da ABNT NBR 9050/2020, que estabelece normas de acessibilidade a edificações e mobiliários urbanos. Rampas, sinalização tátil, cardápios em braile e mesas adaptadas são exemplos de medidas que asseguram a participação plena de todos os convidados (Bastos, 2020).

inclusão social também se manifesta na contratação de equipes diversas, na valorização de trabalhadores locais e na oferta de oportunidades para grupos em vulnerabilidade. Buffets que investem em inclusão fortalecem o vínculo comunitário e promovem justiça social, além de ampliar o senso de pertencimento entre os colaboradores e clientes (Castro, 2021).

A comunicação acessível é outro aspecto essencial. Sinalizações claras, intérpretes de Libras e recursos visuais ampliam a compreensão das informações e tornam o evento mais acolhedor e democrático. Essas ações não apenas cumprem obrigações legais, mas refletem valores éticos e humanitários.

6. Considerações Finais

A sustentabilidade e a responsabilidade socioambiental representam um novo paradigma de gestão para buffets e eventos. A incorporação de práticas como a redução de desperdícios, o uso de produtos locais, o emprego de materiais biodegradáveis e a promoção da inclusão tornam o negócio mais ético, competitivo e alinhado às exigências do século XXI.

Mais do que um diferencial de mercado, a sustentabilidade é um compromisso com o futuro. Buffets que integram responsabilidade ambiental e social às suas operações demonstram respeito à vida, à cultura e ao planeta. Ao adotar essas práticas, o setor de eventos se torna não apenas um espaço de celebração, mas também de consciência e

transformação social.

Referências Bibliográficas

  • ABNT. NBR 9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro: ABNT, 2020.
  • BASTOS, Carlos H. Planejamento e Organização de Eventos. Rio de Janeiro: LTC, 2020.
  • CASTRO, Ana Lúcia de. Gestão de Eventos e Serviços de Alimentação. São Paulo: Senac, 2021.
  • COSTA, Mariana L. Serviço de Sala e Atendimento em Eventos. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2018.
  • FERREIRA, José A. Manual de Gastronomia e Serviços de Buffet. São Paulo: Senac, 2019.
  • LIMA, André P. Catering e Logística de Alimentação para Eventos. Porto Alegre: Penso, 2020.
  • SILVA, Marta R. Sustentabilidade e Gastronomia: práticas responsáveis na alimentação fora do lar. São Paulo: Editora Educ, 2021.
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