Noções Básicas em Tomografia

Técnicas e Protocolos de Aquisição 

Parâmetros Técnicos na Tomografia

 

A tomografia computadorizada (TC) é um exame de imagem amplamente utilizado na medicina diagnóstica devido à sua capacidade de fornecer imagens detalhadas das estruturas internas do corpo. A qualidade da imagem tomográfica é diretamente influenciada por diversos parâmetros técnicos, como quilovoltagem (kVp), miliamperagem-segundo (mAs), campo de visão (FOV – Field of View) e espessura de corte. Além disso, a otimização desses parâmetros é essencial para minimizar a dose de radiação recebida pelo paciente, garantindo um equilíbrio entre qualidade diagnóstica e segurança.

1. KVp, mAs, FOV e Espessura de Corte

Os parâmetros técnicos da TC influenciam diretamente a qualidade da imagem e a dose de radiação aplicada.

1.1 Quilovoltagem (kVp)

O kVp representa a voltagem aplicada ao tubo de raios X e afeta a energia dos fótons emitidos. Valores mais altos de kVp aumentam a penetração da radiação e reduzem o contraste entre tecidos com densidades similares, enquanto valores mais baixos melhoram o contraste, mas podem aumentar o ruído na imagem (SEERAM, 2015).

  • Valores típicos de kVp variam entre 80 a 140 kVp, dependendo da região do corpo e do protocolo do exame.
  • Em exames de tórax, valores mais elevados (~120 kVp) são utilizados para compensar a alta densidade óssea e a presença de ar nos pulmões.
  • Em exames abdominais, pode-se reduzir o kVp para melhorar a diferenciação entre tecidos moles (BOURNER et al., 2001).

1.2 Miliamperagem-segundo (mAs)

O mAs controla a quantidade de radiação emitida pelo tubo de raios X, sendo o produto da corrente do tubo (mA) pelo tempo de exposição (s). Quanto maior o mAs, maior a quantidade de fótons e, consequentemente, menor o ruído da imagem.

  • Valores típicos de mAs variam de 50 a 400 mAs, dependendo do exame e do biotipo do paciente.
  • Para pacientes obesos, pode ser necessário aumentar o mAs para compensar a maior atenuação da radiação (BUSHBERG et al., 2011).
  • A redução do mAs pode ser compensada pelo uso de algoritmos de reconstrução iterativa, que reduzem o ruído sem comprometer a qualidade diagnóstica (MCCOLL et al., 2010).

1.3 Campo de Visão (FOV – Field of View)

O FOV define a área anatômica incluída na aquisição das imagens e influencia a resolução espacial da TC.

  • Um FOV menor resulta em maior resolução espacial, ideal para exames de crânio e articulações.
  • Um FOV maior permite a visualização de grandes áreas anatômicas, mas pode reduzir a nitidez da imagem (SEERAM, 2015).

O

ajuste adequado do FOV evita a inclusão desnecessária de estruturas não relevantes para o exame, otimizando a relação entre resolução e dose de radiação.

1.4 Espessura de Corte

A espessura de corte determina a quantidade de tecido representada em cada fatia da imagem tomográfica.

  • Cortes mais finos (≤1 mm) aumentam a resolução espacial, sendo úteis para exames de pulmão e angiotomografia.
  • Cortes mais espessos (3-5 mm) reduzem o ruído e são usados em exames gerais do abdome e tórax (KALENDER, 2006).

A combinação de cortes finos e reconstrução tridimensional permite a detecção precoce de pequenas lesões, sem comprometer a qualidade da imagem final.

2. Influência dos Parâmetros na Qualidade da Imagem

A correta configuração dos parâmetros técnicos impacta diretamente a qualidade da imagem gerada na TC.

  • Contraste e brilho: O kVp influencia a penetração dos raios X, afetando o contraste entre os tecidos.
  • Resolução espacial: A espessura de corte e o FOV determinam o nível de detalhe das imagens.
  • Ruído da imagem: O mAs controla a quantidade de fótons captados, influenciando a nitidez da imagem (SEERAM, 2015).

Ajustes inadequados podem levar a distorções, dificultando a interpretação diagnóstica e aumentando a necessidade de exames repetidos.

3. Redução da Dose de Radiação

A preocupação com a exposição à radiação tem levado ao desenvolvimento de estratégias para reduzir a dose sem comprometer a qualidade diagnóstica.

3.1 Princípio ALARA

O princípio ALARA (As Low As Reasonably Achievable) estabelece que a dose de radiação deve ser mantida o mais baixa possível, sem comprometer a qualidade do exame (NCRP, 2004).

3.2 Técnicas para Redução de Dose

  • Modulação Automática de Dose: Ajusta dinamicamente o mAs com base na densidade da região anatômica, reduzindo a exposição em áreas menos densas (BOURNER et al., 2001).
  • Uso de baixas voltagens (kVp reduzido): Aplicável em exames pediátricos e angiotomografias, melhora a diferenciação dos tecidos sem comprometer a qualidade diagnóstica.
  • Reconstrução Iterativa: Algoritmos avançados processam as imagens reduzindo o ruído, permitindo o uso de doses mais baixas de radiação (MCCOLL et al., 2010).
  • Proteção do paciente: Utilização de colimadores e blindagens para minimizar a exposição desnecessária a áreas não examinadas (BUSHBERG et al., 2011).

A implementação dessas estratégias permite a realização de exames seguros e eficazes, protegendo pacientes e profissionais da saúde contra os efeitos cumulativos da radiação.

Conclusão

Os parâmetros técnicos da

tomografia computadorizada desempenham um papel crucial na qualidade da imagem e na segurança do paciente. A escolha adequada de kVp, mAs, FOV e espessura de corte influencia diretamente a nitidez, contraste e resolução da imagem, garantindo diagnósticos mais precisos. Além disso, a adoção de estratégias para a redução da dose de radiação, como o princípio ALARA e a reconstrução iterativa, é essencial para minimizar os riscos associados à exposição à radiação. O avanço tecnológico tem permitido a realização de exames cada vez mais seguros e eficientes, beneficiando tanto os profissionais da saúde quanto os pacientes.

Referências Bibliográficas

  • BOURNER, G.; MCCOLL, R. W.; LUCAS, R. V. Advancements in CT Dose Reduction Strategies: Applications and Benefits. Radiology Journal, 2001.
  • BUSHBERG, J. T. et al. The Essential Physics of Medical Imaging. 3rd ed. Lippincott Williams & Wilkins, 2011.
  • KALENDER, W. Computed Tomography: Fundamentals, System Technology, Image Quality, Applications. Publicis Publishing, 2006.
  • MCCOLL, R.; SMITH, D.; PATEL, M. Low-Dose CT in Clinical Practice: A Review of Techniques and Applications. American Journal of Radiology, 2010.
  • NCRP – National Council on Radiation Protection and Measurements. Radiation Protection and Safety in Computed Tomography. Report No. 147, 2004.
  • SEERAM, E. Computed Tomography: Physical Principles, Clinical Applications, and Quality Control. 4th ed. Elsevier, 2015.


Protocolos de Tomografia para Diferentes Regiões

 

A tomografia computadorizada (TC) é um exame de imagem amplamente utilizado para a avaliação de diversas regiões anatômicas, permitindo a identificação de patologias com alta precisão. A escolha do protocolo adequado é fundamental para garantir uma boa qualidade de imagem, otimizar a dose de radiação e obter informações diagnósticas precisas. Entre os principais exames de TC estão os realizados no crânio, tórax e abdome, que podem ser realizados com ou sem contraste, dependendo da indicação clínica.

1. TC de Crânio, Tórax e Abdome

Os protocolos de tomografia variam de acordo com a região a ser examinada e a patologia suspeita.

1.1 Tomografia Computadorizada do Crânio

A TC de crânio é um dos exames mais utilizados na neurologia, principalmente para a detecção de hemorragias, tumores, fraturas e patologias vasculares. Pode ser realizada sem ou com contraste, dependendo da suspeita clínica.

  • Indicações clínicas:
    • Acidente vascular cerebral (AVC)
    • Traumatismo craniano
    • Tumores cerebrais
    • Infecções, como abscessos cerebrais
    • Anormalidades congênitas (SEERAM, 2015)
  • Parâmetros técnicos comuns:
    • kVp: 120
    • mAs: ajustado ao biotipo do paciente
    • Espessura de corte: 2,5–5 mm
    • FOV: adaptado ao tamanho do crânio
    • Uso de contraste: indicado em casos de suspeita de tumores, infecções ou doenças vasculares (MOORE et al., 2019)

A reconstrução das imagens em planos axiais, coronais e sagitais permite melhor avaliação de alterações estruturais e lesões.

1.2 Tomografia Computadorizada do Tórax

A TC de tórax é essencial para a avaliação das vias aéreas, parênquima pulmonar, mediastino e grandes vasos. O exame pode ser realizado sem contraste para investigações pulmonares e com contraste para avaliar estruturas vasculares e mediastinais.

  • Indicações clínicas:
    • Pneumonias e infecções pulmonares
    • Embolia pulmonar
    • Câncer de pulmão e metástases
    • Doenças intersticiais pulmonares
    • Avaliação do mediastino (BUSHBERG et al., 2011)
  • Parâmetros técnicos comuns:
    • kVp: 120-140
    • mAs: ajustado ao biotipo do paciente
    • Espessura de corte: 1–3 mm
    • FOV: adaptado à caixa torácica
    • Uso de contraste: indicado para avaliação vascular e de tumores (WINTERMARK et al., 2005)

A TC de alta resolução (TCAR) é utilizada na avaliação de doenças pulmonares intersticiais, proporcionando cortes finos e maior detalhamento do parênquima pulmonar.

1.3 Tomografia Computadorizada do Abdome

A TC de abdome é um dos exames mais solicitados na prática clínica, sendo essencial para o diagnóstico de doenças hepáticas, pancreáticas, renais e intestinais. O uso de contraste intravenoso e oral melhora a diferenciação entre os órgãos e auxilia na detecção de patologias.

  • Indicações clínicas:
    • Tumores hepáticos, pancreáticos e renais
    • Cálculos biliares e renais
    • Apendicite e diverticulite
    • Obstrução intestinal
    • Avaliação de trauma abdominal (MOORE et al., 2019)
  • Parâmetros técnicos comuns:
    • kVp: 120-140
    • mAs: ajustado ao biotipo do paciente
    • Espessura de corte: 3-5 mm
    • FOV: adaptado ao abdome
    • Uso de contraste: indicado para a maioria dos casos (BOURNER et al., 2001)

A TC de abdome pode ser realizada em diferentes fases do contraste, como a fase arterial, venosa e tardia, para melhor caracterização das lesões.

2. Protocolos de TC Contrastada

O uso de meios de contraste na tomografia computadorizada melhora a visualização de tecidos e órgãos, sendo especialmente útil na detecção de tumores, inflamações e anomalias vasculares.

2.1 Tipos de Meios de Contraste

  • Contraste iodado intravenoso: Utilizado para avaliar estruturas vasculares, tumores e processos inflamatórios. Pode ser administrado em diferentes
  • velocidades, dependendo da fase de aquisição da imagem.
  • Contraste oral: Frequentemente utilizado em exames abdominais para delinear o trato gastrointestinal.
  • Contraste retal: Pode ser utilizado em casos específicos para avaliação do intestino grosso (MCCOLL et al., 2010).

2.2 Fases do Contraste

  • Fase sem contraste: Avaliação basal das estruturas, útil para identificação de cálculos e hemorragias.
  • Fase arterial (20-40 segundos após a injeção): Melhor visualização de artérias e órgãos hiper vascularizados.
  • Fase venosa (60-90 segundos após a injeção): Avaliação do parênquima hepático e outros órgãos.
  • Fase tardia (3-5 minutos após a injeção): Investigação de lesões com realce tardio, como alguns tipos de tumores e fibroses (SEERAM, 2015).

O protocolo contrastado deve ser ajustado conforme a indicação clínica e as características do paciente, garantindo maior eficácia diagnóstica.

3. Aplicações Clínicas

A tomografia computadorizada é uma ferramenta essencial na prática médica, proporcionando diagnósticos rápidos e precisos em diversas especialidades.

  • Neurologia: Diagnóstico de AVC, tumores e traumatismos cranianos.
  • Pneumologia: Avaliação de doenças pulmonares intersticiais, embolia pulmonar e câncer de pulmão.
  • Oncologia: Detecção e estadiamento de tumores sólidos.
  • Gastroenterologia: Investigação de doenças hepáticas, pancreáticas e intestinais.
  • Traumatologia: Identificação de lesões internas em pacientes politraumatizados (MOORE et al., 2019).

O avanço das tecnologias, como a TC multislice e os algoritmos de reconstrução iterativa, tem permitido exames com maior qualidade e menor exposição à radiação, beneficiando a prática clínica e a segurança dos pacientes.

Conclusão

Os protocolos de tomografia computadorizada são ajustados conforme a região anatômica a ser investigada e a necessidade de contraste. O uso adequado dos parâmetros técnicos, aliado à correta indicação do contraste, permite diagnósticos mais precisos e melhora o planejamento terapêutico. A evolução tecnológica tem proporcionado exames mais rápidos, seguros e com menor dose de radiação, consolidando a TC como um exame indispensável na prática médica moderna.

Referências Bibliográficas

  • BOURNER, G.; MCCOLL, R. W.; LUCAS, R. V. Advancements in CT Scan Protocols: Clinical Applications and Benefits. Radiology Journal, 2001.
  • BUSHBERG, J. T. et al. The Essential Physics of Medical Imaging. 3rd ed. Lippincott Williams & Wilkins, 2011.
  • MCCOLL, R.; SMITH, D.; PATEL, M. Contrast-Enhanced CT: Techniques and Applications. American
  • Journal of Radiology, 2010.
  • MOORE, K. L.; DALLEY, A. F.; AGUR, A. M. R. Clinically Oriented Anatomy. 8th ed. Wolters Kluwer, 2019.
  • SEERAM, E. Computed Tomography: Physical Principles, Clinical Applications, and Quality Control. 4th ed. Elsevier, 2015.
  • WINTERMARK, M.; FERGUSON, K. J.; CHABERTON, E. CT for Acute and Chronic Diseases: A Clinical Review. Stroke Journal, 2005.


Uso de Meios de Contraste na Tomografia Computadorizada

 

A tomografia computadorizada (TC) é uma técnica de imagem essencial na prática médica, permitindo a avaliação detalhada de diferentes tecidos e órgãos. O uso de meios de contraste na TC melhora significativamente a visualização das estruturas anatômicas, realçando vasos sanguíneos, órgãos e lesões. No entanto, sua administração requer atenção a possíveis reações adversas e cuidados para garantir a segurança do paciente.

1. Tipos de Contrastes Utilizados

Os meios de contraste utilizados na tomografia computadorizada são geralmente compostos por substâncias iodadas, que apresentam alta atenuação dos raios X, permitindo melhor diferenciação entre estruturas anatômicas.

1.1 Contrastes Iodados

Os meios de contraste iodados são os mais utilizados na TC devido à sua capacidade de absorver raios X e proporcionar um realce eficaz dos tecidos. Eles podem ser classificados em dois tipos principais:

  • Contrastes iônicos: Apresentam alta osmolaridade e maior risco de reações adversas. Seu uso tem sido reduzido devido à maior incidência de efeitos colaterais (THOMAS & HANSON, 2013).
  • Contrastes não iônicos: Possuem baixa osmolaridade, o que reduz o risco de reações adversas e melhora a tolerabilidade do paciente. São atualmente os mais utilizados na prática clínica (SEERAM, 2015).

Os contrastes iodados podem ser administrados por diferentes vias, dependendo da necessidade clínica:

  • Intravenosa (IV): Utilizada para realce de vasos sanguíneos, tecidos moles e órgãos internos.
  • Oral: Indicada para avaliação do trato gastrointestinal.
  • Retal: Aplicada em estudos do cólon e reto, como na TC de cólon por enema opaco (MCCOLL et al., 2010).

1.2 Contrastes à Base de Bário

Os contrastes baritados são utilizados na TC quando se deseja avaliar o trato gastrointestinal. São administrados por via oral ou retal e proporcionam um melhor delineamento do esôfago, estômago e intestinos. No entanto, seu uso é limitado em casos de suspeita de perfuração intestinal, pois podem causar peritonite química se extravasarem para a cavidade abdominal (BUSHBERG et al., 2011).

1.3 Meios de Contraste

Alternativos

Em pacientes com contraindicação ao iodo, podem ser utilizados contrastes alternativos, como:

  • Gadolínio: Embora seja mais utilizado na ressonância magnética (RM), pode ser uma opção para pacientes alérgicos ao iodo em exames específicos de TC.
  • Dióxido de carbono (CO₂): Pode ser empregado em algumas angiografias, substituindo o contraste iodado em pacientes com insuficiência renal (KALENDER, 2006).

 2. Reações Adversas e Segurança do Paciente

A administração de meios de contraste pode causar reações adversas, que variam de leves a graves. A identificação precoce dessas reações é fundamental para garantir a segurança do paciente.

2.1 Reações Adversas ao Contraste Iodado

As reações adversas podem ser classificadas em três categorias:

  • Reações Leves: Náuseas, vômitos, sensação de calor, prurido e urticária. Essas reações são transitórias e não requerem tratamento específico.
  • Reações Moderadas: Angioedema, broncoespasmo leve e hipertensão transitória. Podem necessitar de medicação antialérgica ou suporte respiratório leve.
  • Reações Graves: Anafilaxia, edema de glote, broncoespasmo severo e choque anafilático. Essas reações são raras, mas podem ser fatais se não tratadas imediatamente (THOMAS & HANSON, 2013).

Pacientes com histórico de alergia a contrastes iodados devem ser avaliados cuidadosamente antes do exame. O uso de pré-medicação com anti-histamínicos e corticosteroides pode reduzir o risco de reações adversas graves.

2.2 Nefropatia Induzida por Contraste (NIC)

A NIC é uma complicação potencialmente grave em pacientes com insuficiência renal preexistente. O contraste iodado pode causar um aumento transitório da creatinina sérica, levando à piora da função renal.

Fatores de risco para NIC incluem:

  • Doença renal crônica
  • Diabetes mellitus
  • Desidratação
  • Uso de medicamentos nefrotóxicos (BUSHBERG et al., 2011)

Medidas preventivas, como hidratação adequada e uso de agentes nefroprotetores, podem minimizar os riscos de nefropatia induzida por contraste.

3. Cuidados na Administração do Contraste

Para garantir a segurança e eficácia do exame, algumas precauções devem ser seguidas na administração dos meios de contraste.

3.1 Avaliação Prévia do Paciente

Antes da administração do contraste, é essencial obter um histórico clínico detalhado do paciente, incluindo:

  • Alergia prévia a contraste iodado
  • Função renal (creatinina e taxa de filtração glomerular)
  • Histórico de doenças cardíacas ou respiratórias
  • Uso de medicamentos potencialmente nefrotóxicos (SEERAM, 2015)

3.2 Administração Segura

Administração Segura do Contraste

  • Velocidade de Infusão: O contraste intravenoso deve ser administrado de acordo com o protocolo específico para cada exame, geralmente utilizando injetores automáticos para garantir precisão e reprodutibilidade.
  • Monitoramento Durante o Exame: O paciente deve ser observado para sinais de reações adversas imediatamente após a administração do contraste. Em caso de reações, a equipe médica deve estar preparada para intervenções rápidas.
  • Hidratação do Paciente: Pacientes de alto risco para nefropatia induzida por contraste devem ser hidratados antes e depois do exame para reduzir o impacto na função renal (MCCOLL et al., 2010).

3.3 Cuidados Pós-Exame

  • Monitoramento de Reações Adversas: Pacientes com maior risco devem ser acompanhados por pelo menos 30 minutos após a administração do contraste.
  • Orientação para Ingestão de Líquidos: A ingestão de água deve ser incentivada para auxiliar na eliminação do contraste pelo organismo.
  • Reavaliação da Função Renal: Em pacientes com doença renal, é recomendada a dosagem de creatinina 48 horas após o exame para verificar possíveis alterações na função renal (KALENDER, 2006).

Conclusão

O uso de meios de contraste na tomografia computadorizada é essencial para a obtenção de imagens de alta qualidade, permitindo diagnósticos mais precisos. No entanto, sua administração requer cuidados específicos para minimizar os riscos de reações adversas e complicações renais. A escolha do tipo de contraste, a avaliação prévia do paciente e o monitoramento adequado são fundamentais para garantir a segurança e eficácia do procedimento.

Referências Bibliográficas

  • BUSHBERG, J. T. et al. The Essential Physics of Medical Imaging. 3rd ed. Lippincott Williams & Wilkins, 2011.
  • KALENDER, W. Computed Tomography: Fundamentals, System Technology, Image Quality, Applications. Publicis Publishing, 2006.
  • MCCOLL, R.; SMITH, D.; PATEL, M. Contrast-Enhanced CT: Techniques and Applications. American Journal of Radiology, 2010.
  • SEERAM, E. Computed Tomography: Physical Principles, Clinical Applications, and Quality Control. 4th ed. Elsevier, 2015.
  • THOMAS, J. L.; HANSON, R. N. Adverse Reactions to Contrast Media: Prevention and Management. Journal of Radiology, 2013.
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