CONCEITOS BÁSICOS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS NA ENFERMAGEM
Administração de Medicamentos por Diferentes Vias
Administração de Medicamentos por Via Oral e Sublingual
A administração de medicamentos por via oral e sublingual é um dos métodos mais comuns na prática clínica, devido à sua praticidade e aceitação pelos pacientes. No entanto, para garantir a eficácia do tratamento, é essencial que os profissionais de saúde sigam técnicas corretas de administração, considerem os cuidados específicos para diferentes tipos de pacientes e compreendam as possíveis interferências alimentares e medicamentosas (SILVA et al., 2021).
1. Técnicas Corretas de Administração
A via oral é utilizada para a administração de comprimidos, cápsulas, líquidos e pós solúveis, enquanto a via sublingual permite que o medicamento seja absorvido diretamente pela mucosa oral, proporcionando um efeito mais rápido.
1.1 Administração por Via Oral
A administração correta por via oral envolve os seguintes passos:
1. Identificação e Higienização
o Confirmar a identidade do paciente e verificar a prescrição médica.
o Higienizar as mãos antes de manipular os medicamentos.
2. Preparação do Medicamento
o Retirar o medicamento do blister apenas no momento da administração.
o Caso seja necessário triturar comprimidos ou abrir cápsulas, confirmar se a formulação permite essa modificação.
3. Administração ao Paciente
o Posicionar o paciente sentado ou com a cabeça elevada para evitar aspiração.
o Oferecer um copo com água para facilitar a deglutição.
4. Registro da Administração
o Registrar a administração do medicamento no prontuário do paciente, garantindo rastreabilidade e segurança.
1.2 Administração por Via Sublingual
A via sublingual é utilizada para medicamentos que precisam de absorção rápida, como a nitroglicerina para angina. O medicamento deve ser colocado sob a língua, permitindo sua dissolução e absorção direta pela mucosa oral.
2. Cuidados Específicos para Cada Tipo de Paciente
A administração por via oral e sublingual pode exigir adaptações conforme o perfil do paciente:
2.1 Pacientes Pediátricos
2.2 Pacientes Geriátricos
2.3 Pacientes com Dificuldade de Deglutição
3. Interferências Alimentares e Medicamentosas
A absorção e o efeito dos medicamentos administrados por via oral podem ser influenciados por alimentos e interações medicamentosas.
3.1 Interferências Alimentares
3.2 Interações Medicamentosas
Para minimizar essas interferências, os profissionais de saúde devem orientar os pacientes sobre o momento correto da administração e possíveis interações (BRUNTON et al., 2021).
Conclusão
A administração de medicamentos por via oral e sublingual é um método amplamente utilizado e seguro quando realizado corretamente. A escolha da técnica adequada, a consideração das necessidades individuais do paciente e a atenção às interferências alimentares e medicamentosas são essenciais para garantir um tratamento eficaz e minimizar riscos. O profissional de saúde deve estar atento a esses fatores e fornecer
administração de medicamentos por via oral e sublingual é um método amplamente utilizado e seguro quando realizado corretamente. A escolha da técnica adequada, a consideração das necessidades individuais do paciente e a atenção às interferências alimentares e medicamentosas são essenciais para garantir um tratamento eficaz e minimizar riscos. O profissional de saúde deve estar atento a esses fatores e fornecer orientações claras aos pacientes para otimizar a terapia medicamentosa.
Referências Bibliográficas
BRUNTON, L. L.; KNOLLMANN, B. C.; HILAL-DANDAN, R. Goodman & Gilman’s: As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 14ª ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2021.
KATZUNG, B. G. Farmacologia Básica e Clínica. 15ª ed. Porto Alegre: AMGH, 2022.
SILVA, A. R.; PEREIRA, C. N.; FREITAS, L. M. Administração Segura de Medicamentos na Enfermagem. São Paulo: Editora Saúde, 2021.
Administração Parenteral: Intramuscular, Intradérmica e Subcutânea
A administração parenteral de medicamentos é um método amplamente utilizado na prática clínica para proporcionar efeito rápido e eficaz de fármacos. As vias intramuscular (IM), intradérmica (ID) e subcutânea (SC) possuem indicações específicas e requerem técnicas precisas para evitar complicações. O conhecimento sobre os locais apropriados, a angulação correta e os cuidados necessários são fundamentais para garantir segurança e eficácia na administração medicamentosa (BRUNTON et al., 2021).
1. Técnica Correta para Cada Via de Aplicação
Cada via parenteral apresenta particularidades que devem ser seguidas rigorosamente para garantir a absorção do medicamento e minimizar riscos ao paciente.
1.1 Administração Intramuscular (IM)
A via intramuscular é utilizada para medicamentos que necessitam de absorção rápida ou que podem causar irritação nos tecidos subcutâneos.
1. Higienizar as mãos e utilizar luvas.
2. Escolher o local adequado (deltoide, vasto lateral da coxa, glúteo ventroglúteo ou dorsoglúteo).
3. Posicionar a agulha em ângulo de 90° e introduzi-la rapidamente.
4. Aspirar levemente para verificar a presença de sangue (evita administração intravenosa acidental).
5. Injetar o medicamento lentamente e retirar a agulha com firmeza.
6. Pressionar levemente o local com um algodão seco sem massagear.
1.2 Administração Intradérmica (ID)
A via intradérmica é utilizada principalmente para testes diagnósticos e vacinas, pois permite a absorção lenta do medicamento na camada superficial da pele.
1. Higienizar as mãos e utilizar luvas.
2. Escolher o local apropriado (face anterior do antebraço, região escapular).
3. Esticar levemente a pele e inserir a agulha em ângulo de 10° a 15°, com o bisel voltado para cima.
4. Injetar lentamente o medicamento até formar uma pápula (elevação na pele semelhante a uma bolha).
5. Retirar a agulha sem pressionar o local.
1.3 Administração Subcutânea (SC)
A via subcutânea permite a absorção lenta e prolongada de medicamentos, sendo indicada para fármacos que não devem atingir a circulação rapidamente.
1. Higienizar as mãos e utilizar luvas.
2. Escolher o local apropriado (face externa do braço, abdômen, coxa).
3. Pinçar levemente a pele e inserir a agulha em ângulo de 45° a 90°, conforme a espessura do tecido subcutâneo.
4. Injetar o medicamento lentamente e retirar a agulha.
5. Não massagear a região após a aplicação.
2. Locais Apropriados e Angulação Correta
A escolha do local adequado é fundamental para evitar lesões e garantir a eficácia do medicamento.
Via de Administração | Locais de Aplicação | Angulação da Agulha |
Intramuscular (IM) | Deltoide, vasto lateral da coxa, ventroglúteo, dorsoglúteo | 90° |
Intradérmica (ID) | Face anterior do antebraço, região escapular | 10° - 15° |
Subcutânea (SC) | Braço, abdômen, coxa | 45° - 90° |
A escolha do local também depende do volume do medicamento:
3. Prevenção de Complicações e Reações Adversas
Para evitar complicações na administração parenteral, algumas medidas preventivas devem ser adotadas:
3.1 Erros Técnicos e Como Evitá-los
3.2 Reações Adversas
Os medicamentos administrados por via parenteral podem causar reações locais ou sistêmicas:
3.3 Medidas de Segurança
Conclusão
A administração de medicamentos por via intramuscular, intradérmica e subcutânea exige conhecimento técnico para garantir a eficácia do tratamento e minimizar riscos. A correta escolha do local, o uso da angulação apropriada e a adoção de medidas preventivas são essenciais para evitar complicações. Além disso, a capacitação contínua dos profissionais de saúde e a observação rigorosa das boas práticas são fundamentais para a segurança do paciente.
Referências Bibliográficas
BRUNTON, L. L.; KNOLLMANN, B. C.; HILAL-DANDAN, R. Goodman & Gilman’s: As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 14ª ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2021.
GOMES, A. B.; SANTOS, C. R.; MARTINS, P. L. Técnicas de Administração de Medicamentos. 3ª ed. São Paulo: Editora Saúde, 2020.
KATZUNG, B. G. Farmacologia Básica e Clínica. 15ª ed. Porto Alegre: AMGH, 2022.
Administração de Medicamentos por Via Endovenosa e Inalatória
A administração de medicamentos por via endovenosa (EV) e inalatória são métodos frequentemente utilizados na prática clínica devido à sua eficácia e rapidez de ação. A via endovenosa permite que o fármaco atinja a corrente sanguínea diretamente, sendo essencial para tratamentos de emergência e infusões contínuas. Já a via inalatória é indicada para doenças respiratórias, permitindo a deposição do medicamento diretamente nos pulmões. Para garantir segurança e eficácia, é fundamental conhecer as técnicas corretas, o uso de bombas de infusão e os medicamentos comumente administrados por essas vias (BRUNTON et al., 2021).
1. Técnica de Administração Intravenosa
A via endovenosa (EV) é
utilizada quando se deseja um efeito rápido e preciso, pois, permite que o medicamento atinja a circulação sistêmica imediatamente, sem passar pelo metabolismo hepático inicial.
1.1 Procedimento para Administração Intravenosa
1. Higienização e Preparação
o Lavar as mãos e usar luvas estéreis.
o Verificar a prescrição médica e preparar o medicamento conforme as orientações do fabricante.
2. Seleção do Acesso Venoso
o Acesso periférico: Utilizado para infusões de curto prazo, como soroterapia e antibióticos. Veias comuns incluem cefálica, basílica e mediana do antebraço.
o Acesso central: Indicado para infusões prolongadas e fármacos irritantes, como nutrição parenteral e quimioterápicos.
3. Técnica de Administração
o Identificar e puncionar a veia com agulha ou cateter adequado.
o Conectar o equipo ao soro ou seringa e liberar o fluxo conforme necessidade.
o Monitorar sinais de reação adversa, como dor, edema ou eritema no local da punção.
1.2 Tipos de Administração Endovenosa
1.3 Cuidados e Prevenção de Complicações
2. Uso de Bombas de Infusão
As bombas de infusão são dispositivos eletrônicos que controlam a administração de fluidos e medicamentos de forma precisa, minimizando erros de dosagem e otimizando o tratamento de pacientes críticos.
2.1 Tipos de Bombas de Infusão
2.2 Vantagens das Bombas de Infusão
As bombas de infusão são amplamente
utilizadas na administração de heparina, insulina, dopamina, dobutamina e anestésicos intravenosos (BRUNTON et al., 2021).
3. Medicamentos de Uso Inalatório e Nebulização
A via inalatória permite que medicamentos sejam administrados diretamente para os pulmões, proporcionando ação rápida e reduzindo efeitos colaterais sistêmicos. Essa via é frequentemente utilizada para tratar doenças respiratórias como asma, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e infecções pulmonares.
3.1 Técnicas de Administração por Via Inalatória
Os medicamentos inaláveis podem ser administrados de três formas principais:
1. Nebulização com solução líquida
o Utiliza um nebulizador que transforma o medicamento em aerossol fino.
o Indicado para pacientes com dificuldade em usar inaladores dosimetrados.
2. Inalador pressurizado dosimetrado (MDI - Metered Dose Inhaler)
o Pequenos dispositivos que liberam doses precisas do medicamento na inalação.
o Uso comum em pacientes com asma e DPOC.
3. Inalador de pó seco (DPI - Dry Powder Inhaler)
o Atua pela inalação ativa do paciente, sendo útil para indivíduos com capacidade respiratória preservada.
3.2 Principais Medicamentos de Uso Inalatório
3.3 Cuidados na Administração de Nebulização
Conclusão
As vias endovenosa e inalatória são essenciais na administração medicamentosa, proporcionando rápida absorção e eficácia terapêutica. A via EV é utilizada para infusões controladas e emergências, enquanto a via inalatória é fundamental no tratamento de doenças respiratórias. O uso de bombas de infusão melhora a precisão da terapia intravenosa, enquanto dispositivos como nebulizadores e inaladores otimizam a administração pulmonar. Para garantir segurança e eficácia, os profissionais de saúde devem seguir protocolos rigorosos e monitorar os pacientes para prevenir complicações.
Referências Bibliográficas
BRUNTON, L. L.; KNOLLMANN, B. C.; HILAL-DANDAN, R. Goodman & Gilman’s: As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 14ª ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2021.
KATZUNG, B. G. Farmacologia Básica e Clínica. 15ª ed. Porto Alegre: AMGH, 2022.
WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Medication Safety in High-Alert Medications. Genebra, 2019. Disponível em: https://www.who.int.