CONCEITOS BÁSICOS DE
ADMINISTRAÇÃO DE
INJETÁVEIS
Explicação Prática da Teoria
A primeira etapa da administração segura de medicamentos injetáveis envolve a organização do ambiente e dos materiais necessários, garantindo condições ideais para o procedimento.
• O local deve ser limpo, organizado e bem iluminado para facilitar a realização do procedimento com precisão (ANVISA, 2020).
• Deve ser evitada a presença de fatores que possam causar distração, reduzindo a possibilidade de erros (RANG et al., 2020).
Antes de iniciar a administração, o profissional deve reunir todos os insumos necessários:
• Luvas de procedimento (ou estéreis, quando necessário).
• Seringas e agulhas adequadas ao tipo de aplicação.
• Álcool 70% ou clorexidina para antissepsia.
• Medicamento a ser administrado e solvente adequado (se necessário).
1.3 Higienização e Biossegurança
Higienizar as mãos
Utilizar equipamentos de proteção individual (EPIs)
A organização eficiente do ambiente permite a realização do procedimento de forma segura e eficaz, minimizando riscos ao paciente e ao profissional.
2.0 . Verificação de Prescrição e Dosagem Correta
A verificação criteriosa da prescrição médica e da dosagem é essencial para evitar erros de medicação, garantindo que o paciente receba o tratamento correto.
2.1
Caixa de descarte para perfurocortantes.
Antes de administrar o medicamento, o profissional deve verificar:
1. Nome do paciente – confirmar a identidade do paciente por meio de documentação oficial e verbalização do nome completo e data de nascimento.
2. Medicamento correto – conferir o nome do fármaco na prescrição e na embalagem.
3. Dose correta – garantir que a dosagem prescrita esteja de acordo com a necessidade do paciente.
4. Via de administração correta – verificar se o medicamento pode ser
aplicado via intramuscular (IM), intravenosa (IV), subcutânea (SC) ou intradérmica (ID).
5. Horário correto – administrar o medicamento no intervalo adequado para manter sua eficácia terapêutica.
Esses princípios são conhecidos como os "5 Certos" da Administração de Medicamentos e devem ser seguidos rigorosamente (GOODMAN & GILMAN, 2021).
Caso o medicamento precise ser diluído ou fracionado, é fundamental realizar cálculos precisos para evitar sobredoses ou subdoses.
A fórmula básica utilizada para cálculo da dosagem é:
Exemplo: Se a prescrição indica 500 mg de um antibiótico e a ampola disponível contém 1 g (1000 mg) em 5 mL, o volume a ser administrado será:
500 × 5 / 1000 = 2,5mL
A verificação da dose previne erros de medicação, garantindo a segurança do paciente (RANG et al., 2020).
A administração de medicamentos injetáveis deve seguir um protocolo rigoroso para minimizar riscos de infecção, reações adversas e complicações. 3.1 Antes da Aplicação
Verificar a integridade da embalagem do medicamento e dos
Fazer a antissepsia do frasco
Realizar a técnica de aspiração correta
Escolher a via e o local de administração apropriado
Durante a Aplicação
Posicionar o paciente confortavelmente
Aplicar a técnica correta para cada via de administração
Subcutânea (SC)
materiais (seringas, agulhas e ampolas). o Intravenosa (IV): ângulo de • 25º a 30º, inserção direta na veia. o Intradérmica (ID): ângulo de 10º a 15º, formando uma pápula na pele (ex.: teste tuberculínico).
• Observar reações adversas imediatas, como alergias, dor intensa ou reações anafiláticas (GOODMAN & GILMAN, 2021).
• Descartar a seringa e agulha imediatamente na caixa de perfurocortantes.
Observar o paciente por pelo menos 15 a 30 minutos para identificar possíveis reações adversas.
Registrar a administração do medicamento
Nome do medicamento.
Dose administrada.
Via de administração.
Local da aplicação.
Horário da administração.
Nome e assinatura do profissional responsável (ANVISA, 2020).
Referências Bibliográficas
• AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA).
Injetáveis. Brasília, 2020. Disponível em: www.anvisa.gov.br.
• GOODMAN, L. S.; GILMAN, A. As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 13. ed. Porto Alegre: AMGH, 2021.
• KATZUNG, B. G. Farmacologia Básica e Clínica. 14. ed. Porto Alegre: McGraw Hill, 2021.
• ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Diretrizes de Segurança na Administração de Medicamentos. Genebra, 2021.
Disponível em: www.who.int.
• RANG, H. P.; DALE, M. M.; RITTER, J. M. Farmacologia. 9. ed.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2020.
• RODRIGUES, F. B.; SOUZA, M. A.; SANTOS, P. R. Administração de Medicamentos e Segurança do Paciente. São Paulo: Manole, 2021.
Os casos clínicos simulados são uma ferramenta eficaz no ensino e aprimoramento das práticas de administração de medicamentos. Esses estudos permitem que profissionais e estudantes identifiquem riscos, tomem decisões baseadas em evidências e desenvolvam estratégias para melhorar a segurança na administração de fármacos injetáveis (OMS, 2021).
1.1 Exemplo de Caso Clínico
Um paciente internado para tratamento de infecção pulmonar recebe prescrição de ceftriaxona 1g IV a cada 12 horas. O enfermeiro, ao administrar o medicamento, reconstitui o pó liofilizado utilizando lidocaína 1%, em vez de água para injeção. Logo após a infusão intravenosa, o paciente apresenta tontura, dor torácica e sensação de queimação na veia.
• intravenosa. A lidocaína é usada apenas para aplicação intramuscular (IM), pois reduz a dor da injeção, mas pode causar efeitos tóxicos no sistema cardiovascular e nervoso quando administrada IV (RANG et al., 2020).
• Falta de dupla checagem: O profissional deveria ter verificado a prescrição e confirmado as instruções corretas de diluição antes da administração.
Correção da falha:
• Suspender imediatamente a infusão e monitorar o paciente.
• Administrar soro fisiológico para diluir o fármaco na corrente sanguínea e reduzir os efeitos adversos.
• Registrar o evento e comunicar a equipe médica para medidas corretivas e acompanhamento do paciente (GOODMAN & GILMAN, 2021).
Esse tipo de análise fortalece o aprendizado sobre protocolos de segurança na administração de medicamentos e reforça a importância da conferência cuidadosa de todas as etapas do processo.
• Educação contínua e treinamentos práticos sobre técnicas de administração.
• Sinalização clara nas embalagens e frascos de medicamentos de alto risco.
• Uso de sistemas informatizados de prescrição, reduzindo o risco de interpretação errônea de dosagens.
• Adotar protocolos de checagem dupla para evitar erros críticos.
A prevenção de erros na administração de injetáveis requer planejamento, protocolos de segurança e práticas padronizadas para garantir que o
medicamento correto seja administrado da forma adequada.
3.1 Boas Práticas para Redução de Erros
1. Paciente certo – confirmar identidade antes da aplicação.
2. Medicamento certo – conferir nome e concentração.
1. Via certa – verificar se a prescrição indica IM, IV, SC ou ID.
2. Horário certo – administrar nos intervalos corretos para manter níveis terapêuticos ideais (GOODMAN & GILMAN, 2021).
• Codificação de barras em frascos de medicamentos para conferência eletrônica.
• Balanças e calculadoras digitais para garantir precisão na dosagem de fármacos pediátricos e neonatais.
• Alertas eletrônicos no prontuário do paciente para identificar riscos de interações medicamentosas.
• Simulações clínicas com estudos de caso para aprimorar a tomada de decisão.
• Capacitação de profissionais sobre interações medicamentosas e reações adversas.
• Adoção de checklists para padronizar o procedimento e reduzir falhas técnicas (ANVISA, 2020).
A implementação dessas estratégias contribui para a minimização de erros e o fortalecimento da segurança na administração de medicamentos injetáveis.
• AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA).
Manual de Boas Práticas para o Preparo de Medicamentos
Injetáveis. Brasília, 2020. Disponível em: www.anvisa.gov.br.
RODRIGUES, F. B.; SOUZA, M. A.; SANTOS, P. R. Administração de Medicamentos e Segurança do Paciente . São Paulo: Manole,2021.
Terapêutica 13 ed Porto Alegre AMGH 2021