Auxiliar de Serviços Gerais na Saúde

Técnicas de Limpeza e Higienização na Saúde

Limpeza de Ambientes Hospitalares

  

A limpeza de ambientes hospitalares é uma atividade essencial para a segurança dos pacientes e profissionais, ajudando a prevenir infecções e promover um ambiente saudável. O auxiliar de serviços gerais desempenha um papel vital nesse processo, aplicando técnicas específicas de higienização conforme o tipo de área e nível de risco.

Procedimentos de Limpeza de Superfícies em Áreas Críticas e Não Críticas

A limpeza hospitalar é dividida entre áreas críticas, semicríticas e não críticas, com procedimentos específicos para cada uma:

· Áreas Críticas:

Incluem UTIs, centros cirúrgicos, salas de parto e setores de hemodiálise. Essas áreas exigem limpeza rigorosa e frequente, utilizando produtos desinfetantes hospitalares aprovados pelas autoridades de saúde.

Procedimentos:

§ Limpeza de superfícies horizontais e verticais com pano umedecido em solução desinfetante.

§ Troca frequente de panos e mops para evitar contaminação cruzada.

§ Atenção especial a equipamentos médicos e áreas de alto contato, como grades de leitos e suportes de soro.

· Áreas Não Críticas:

Incluem recepções, corredores, escritórios e áreas administrativas. O risco de contaminação é menor, e os procedimentos são focados na remoção de poeira e manutenção da higiene.

Procedimentos:

§ Varrer ou aspirar o piso antes da limpeza úmida.

§ Utilizar produtos de limpeza neutros para evitar resíduos químicos.

§ Higienizar superfícies de uso comum, como balcões e cadeiras.

Técnicas para Desinfecção de Áreas Contaminadas

A desinfecção é uma etapa crucial em ambientes onde há suspeita ou confirmação de contaminação por microrganismos. Algumas técnicas incluem:

· Limpeza de Alto Contato:

Superfícies como maçanetas, interruptores, monitores e teclados devem ser desinfetadas várias vezes ao dia com soluções específicas, como álcool 70% ou desinfetantes de amplo espectro.

· Método de Duas Etapas:

1. Realizar a limpeza inicial com detergente neutro para remover sujeira visível.

2. Aplicar o desinfetante na superfície limpa, garantindo o tempo de contato indicado no rótulo do produto.

· Técnica de Movimentos Únicos:

Utilizar panos ou mops com movimentos únicos e lineares, evitando o retorno ao ponto já limpo para prevenir a recontaminação.

Frequência e Métodos de Limpeza

A frequência da limpeza varia conforme o tipo de área e o fluxo de pessoas. Os métodos devem ser ajustados às exigências do ambiente hospitalar:

· Frequência:

Áreas Críticas: Devem ser

higienizadas no início do turno, após cada procedimento e sempre que houver derramamentos ou contaminação.

Áreas Não Críticas: Limpeza geral pelo menos uma vez ao dia, com atenção extra às áreas de maior circulação.

Sanitários: Higienização intensiva várias vezes ao dia, especialmente em horários de pico.

· Métodos:

Higienização Manual: Ideal para áreas de difícil acesso, como cantos e equipamentos pequenos.

Uso de Máquinas: Máquinas de lavar pisos e aspiradores são indicados para áreas amplas, otimizando tempo e eficiência.

Setorização de Materiais: Usar panos, baldes e mops diferenciados por cor para cada área, evitando contaminação cruzada.

A limpeza hospitalar exige atenção, técnica e rigor na execução dos procedimentos. Ao aplicar práticas adequadas de higienização, o auxiliar de serviços gerais contribui diretamente para a segurança dos pacientes, profissionais e visitantes, tornando o ambiente mais saudável e confiável.


Higienização de Banheiros e Áreas Comuns

 

A higienização de banheiros hospitalares e áreas comuns em instituições de saúde é essencial para manter a segurança e o bem-estar de pacientes, profissionais e visitantes. Esses espaços são pontos de grande circulação e, se não tratados adequadamente, podem se tornar focos de contaminação. O auxiliar de serviços gerais tem um papel fundamental na aplicação de técnicas específicas e no cumprimento de normas que garantam a qualidade e a segurança do ambiente.

Normas Específicas para Limpeza de Banheiros Hospitalares

Os banheiros hospitalares, por serem locais de uso frequente e muitas vezes utilizados por pessoas em diferentes estados de saúde, demandam uma limpeza rigorosa e regular.

· Produtos de Limpeza:

Utilizar produtos desinfetantes hospitalares aprovados, garantindo a eliminação de bactérias, fungos e vírus. O uso de produtos com fragrância deve ser controlado para evitar desconfortos ou reações alérgicas.

· Procedimentos Básicos:

Iniciar a limpeza das áreas menos contaminadas (espelhos e torneiras) e terminar pelas áreas de maior risco (vaso sanitário e pisos).

Lavar o vaso sanitário com desinfetantes específicos, incluindo bordas, tampa e parte externa.

Substituir papéis, sabonetes e outros insumos, verificando frequentemente a reposição.

Higienizar portas e maçanetas, que são áreas de alto contato.

· Frequência:
A limpeza deve ser feita ao menos 3 vezes ao dia e sempre que necessário, considerando o fluxo de pessoas e possíveis ocorrências de derramamentos.

Procedimentos em Áreas de

Convivência e Recepção

As áreas comuns, como recepções, salas de espera e corredores, são locais de grande circulação e interação entre pacientes, acompanhantes e profissionais. A higienização dessas áreas deve priorizar a eliminação de poeira, sujeiras visíveis e microrganismos.

· Superfícies de Uso Comum:

Limpar balcões, cadeiras, mesas e brinquedos em áreas pediátricas com soluções desinfetantes apropriadas.

Desinfetar itens de alto contato, como bebedouros, botões de elevadores e corrimãos, várias vezes ao dia.

· Manutenção do Piso:

Realizar a varrição ou aspiração do piso, seguida da limpeza úmida com detergente neutro ou desinfetante, utilizando mops limpos e dedicados.

· Atenção ao Ambiente:

Garantir boa ventilação para renovar o ar e evitar a proliferação de odores ou microrganismos.

Recolher frequentemente o lixo, garantindo que não haja acúmulo em lixeiras.

Cuidados com Resíduos Sólidos

O manejo de resíduos sólidos em instituições de saúde deve seguir normas rígidas para garantir a segurança ambiental e evitar riscos de contaminação.

· Classificação dos Resíduos:

Resíduos comuns: Origem não contaminante, como papéis e plásticos.

Resíduos biológicos: Contêm material contaminado, como fraldas e gazes.

Resíduos perfurocortantes: Agulhas, bisturis e similares.

· Procedimentos para Descarte:

Utilizar lixeiras com pedal e tampas em áreas de uso comum e banheiros.

Respeitar a segregação dos resíduos conforme cores específicas (ex.: saco branco para infectantes e preto para comuns).

Transportar os resíduos para os pontos de armazenamento temporário de forma segura, evitando contato direto.

· Higienização de Lixeiras:

Limpar as lixeiras regularmente com água e sabão e desinfetá-las com solução apropriada, garantindo que estejam sempre limpas e livres de odores.

A higienização eficiente de banheiros e áreas comuns é um dos pilares para a segurança e o conforto no ambiente hospitalar. Aplicando as normas e procedimentos com rigor, o auxiliar de serviços gerais contribui diretamente para a saúde coletiva e para a experiência positiva de pacientes, acompanhantes e colaboradores.


Gerenciamento de Resíduos de Saúde

 

O gerenciamento de resíduos de saúde é uma atividade essencial para garantir a segurança ambiental e proteger a saúde de pacientes, profissionais e da comunidade. Os resíduos gerados em ambientes hospitalares possuem características específicas que exigem uma gestão cuidadosa e o cumprimento de normas rigorosas.

Classificação dos Resíduos Hospitalares

Os

resíduos hospitalares são divididos em categorias com base em sua origem, composição e potencial de risco à saúde e ao meio ambiente. A correta classificação é o primeiro passo para um descarte seguro e eficiente.

1. Resíduos Infectantes (Grupo A):

Incluem materiais contaminados por agentes biológicos, como gazes, luvas, aventais descartáveis, materiais perfurocortantes contaminados e secreções. Esses resíduos possuem alto risco de transmissão de doenças e requerem tratamento especializado.

2. Resíduos Químicos (Grupo B):

Compostos por produtos químicos perigosos, como medicamentos vencidos, soluções desinfetantes e reagentes laboratoriais. Esses materiais podem ser tóxicos, corrosivos ou inflamáveis, exigindo manuseio cuidadoso.

3. Resíduos Perfurocortantes (Subgrupo A3):

Compreendem objetos cortantes ou perfurantes, como agulhas, bisturis, lâminas e vidrarias quebradas. Devem ser descartados em coletores rígidos e específicos para evitar acidentes.

4. Resíduos Comuns (Grupo D):

Sem risco biológico, químico ou radiológico, como papéis, plásticos, restos de alimentos e embalagens. Embora não sejam perigosos, esses resíduos devem ser separados corretamente para fins de reciclagem ou descarte em aterros.

5. Resíduos Radioativos (Grupo C):

Originam-se de materiais utilizados em tratamentos e diagnósticos médicos, como radioterapias. Requerem armazenamento e descarte em conformidade com normas específicas para evitar contaminação ambiental.

Métodos Adequados de Descarte

O descarte correto dos resíduos de saúde segue etapas que incluem segregação, acondicionamento, transporte e tratamento. Cada tipo de resíduo possui um procedimento adequado:

1. Segregação:
A separação dos resíduos deve ser feita no momento da geração, utilizando recipientes apropriados e identificados com cores específicas:

Vermelho: resíduos infectantes.

Branco: perfurocortantes.

Preto: resíduos comuns não recicláveis.

2. Acondicionamento:
Resíduos infectantes devem ser armazenados em sacos resistentes, enquanto os perfurocortantes requerem coletores rígidos à prova de vazamentos e perfurações.

3. Transporte Interno:

O transporte dos resíduos deve ser realizado por profissionais capacitados, utilizando carrinhos específicos para evitar contaminação e vazamentos.

4. Tratamento:

Autoclave: Método comum para resíduos infectantes, utilizando calor e pressão para esterilização.

Incineradores: Para resíduos químicos e radioativos que não podem ser reciclados ou reutilizados.

Aterros Sanitários: Destino final de

final de resíduos comuns, recicláveis ou tratados.

Regulamentações Ambientais e de Saúde

O gerenciamento de resíduos de saúde é regulamentado por legislações específicas que estabelecem normas para garantir a segurança e a sustentabilidade ambiental. No Brasil, destacam-se:

1. Resolução RDC n.º 222/2018 da ANVISA:

Define diretrizes para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde, incluindo segregação, acondicionamento, transporte, tratamento e destinação final.

2. Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei n.º 12.305/2010):
Estabelece princípios e objetivos para a gestão de resíduos, priorizando a redução, reutilização, reciclagem e destinação ambientalmente adequada.

3. Normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas):
Fornecem orientações técnicas, como a NBR 12.807, que aborda o acondicionamento e transporte de resíduos sólidos perigosos.

O gerenciamento eficaz de resíduos hospitalares é uma responsabilidade compartilhada entre os profissionais de saúde, auxiliares de serviços gerais e gestores. Seguindo as regulamentações e aplicando métodos adequados de descarte, é possível minimizar riscos, proteger a saúde pública e preservar o meio ambiente. O auxiliar de serviços gerais, ao atuar com responsabilidade e conhecimento, desempenha um papel crucial nesse processo.

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