Básico em Power Bi

 BÁSICO EM POWER BI  

 

Manipulação e Modelagem de Dados

Limpeza e Transformação de Dados no Power Query

 

Técnicas de Limpeza de Dados

A limpeza de dados é uma etapa crucial no processo de análise de informações, pois garante que os dados utilizados sejam precisos, completos e consistentes. No Power Query, a limpeza de dados é realizada através de uma interface visual que permite aos usuários aplicar uma série de transformações para corrigir e preparar os dados para análise.

1.     Remoção de Colunas e Linhas Desnecessárias:

o    Muitas vezes, os dados importados contêm colunas ou linhas que não são relevantes para a análise. O Power Query permite remover essas colunas e linhas de forma simples, clicando com o botão direito e escolhendo a opção “Remover”. Isso ajuda a reduzir a complexidade do conjunto de dados e focar apenas nas informações necessárias.

2.     Correção de Erros e Valores Faltantes:

o    Dados incompletos ou com erros podem distorcer os resultados da análise. No Power Query, você pode identificar e corrigir esses problemas utilizando opções como "Substituir Valores" para corrigir entradas erradas ou "Remover Linhas com Erros" para eliminar dados problemáticos. Para valores faltantes, é possível preencher as lacunas com valores padrão ou utilizando a última entrada válida, o que é feito através da função “Preencher”.

3.     Normalização de Dados:

o    A normalização dos dados envolve padronizar formatos, como converter todas as datas para um formato único ou transformar todos os textos em letras maiúsculas ou minúsculas. Essas operações garantem que os dados estejam consistentes e prontos para serem comparados ou agregados.

4.     Tratamento de Dados Duplicados:

o    Dados duplicados podem influenciar negativamente as análises, principalmente em operações como somas ou contagens. O Power Query oferece a funcionalidade de "Remover Duplicados", que permite identificar e eliminar linhas duplicadas com base em um ou mais campos de dados.

Transformações Comuns: Filtros, Agrupamentos, Preenchimento de Valores

Após a limpeza dos dados, é comum aplicar transformações adicionais para adequar as informações ao contexto da análise. O Power Query oferece diversas ferramentas para facilitar essas transformações.

1.     Filtros:

o    Filtrar dados é uma das transformações mais básicas e úteis. No Power Query, você pode aplicar filtros para incluir ou excluir registros com base em critérios específicos, como valores numéricos, datas, ou até mesmo padrões de texto. Isso

permite focar em subconjuntos de dados que são mais relevantes para a análise que você está realizando.

2.     Agrupamentos:

o    O agrupamento de dados permite resumir informações, consolidando registros em categorias ou grupos. Por exemplo, você pode agrupar vendas por mês, cliente ou região, e calcular somas, médias, contagens, entre outros. O Power Query facilita esse processo com a opção de "Agrupar Por", onde você define os campos para agrupamento e as operações que devem ser realizadas sobre eles.

3.     Preenchimento de Valores:

o    Às vezes, os dados contêm células em branco ou valores ausentes que precisam ser preenchidos para manter a integridade da análise. O Power Query oferece a funcionalidade de "Preencher", que permite preencher células vazias com o valor anterior ou subsequente. Isso é particularmente útil em séries temporais ou quando você precisa replicar valores categóricos.

Criação de Colunas Calculadas

Além das transformações básicas, o Power Query permite a criação de colunas calculadas, que são colunas adicionais geradas a partir de expressões ou fórmulas aplicadas aos dados existentes. Isso permite enriquecer o conjunto de dados com novas informações derivadas.

1.     Colunas Personalizadas:

o    Para criar uma coluna calculada no Power Query, você pode usar a opção "Coluna Personalizada". Nessa coluna, você pode aplicar expressões para combinar, transformar ou analisar os dados em outras colunas. Por exemplo, você pode criar uma coluna que calcula o total de vendas multiplicando a quantidade vendida pelo preço unitário.

2.     Colunas Condicionais:

o    Outra forma útil de criar colunas calculadas é através de colunas condicionais, que utilizam uma lógica “se-então” para gerar valores com base em condições. Por exemplo, você pode criar uma coluna que classifica clientes como “Alta”, “Média” ou “Baixa” prioridade com base em seu histórico de compras.

3.     Utilização de Funções:

o    O Power Query oferece uma ampla gama de funções, desde matemáticas e estatísticas até textuais e de data/hora, que podem ser usadas para criar colunas calculadas. Isso permite realizar operações complexas, como calcular crescimento percentual, extrair partes de um texto ou determinar a diferença entre datas.

Conclusão

A limpeza e transformação de dados no Power Query são etapas fundamentais para garantir a qualidade e relevância dos dados que serão usados nas análises no Power BI. As técnicas de limpeza, como remoção de duplicados e correção de erros, garantem que

limpeza e transformação de dados no Power Query são etapas fundamentais para garantir a qualidade e relevância dos dados que serão usados nas análises no Power BI. As técnicas de limpeza, como remoção de duplicados e correção de erros, garantem que os dados sejam precisos e consistentes. As transformações, como filtros e agrupamentos, ajudam a moldar os dados para que eles atendam às necessidades específicas da análise. Por fim, a criação de colunas calculadas permite enriquecer o conjunto de dados com novas informações derivadas, oferecendo uma base mais robusta para a tomada de decisões. Com essas ferramentas, o Power Query se torna uma poderosa solução para preparar dados para análise no Power BI.


Modelagem de Dados no Power BI

 

A modelagem de dados é uma etapa crucial no desenvolvimento de relatórios e dashboards no Power BI. Um modelo de dados bem estruturado permite que você integre, analise e visualize informações de forma eficiente e precisa. Esta etapa envolve a criação de relacionamentos entre tabelas, a definição de hierarquias de dados, e a aplicação de técnicas de otimização para garantir que o desempenho do modelo seja o melhor possível.

Entendendo Relacionamentos entre Tabelas

No Power BI, os dados são geralmente importados de diversas fontes e organizados em múltiplas tabelas. Para que essas tabelas possam ser usadas de maneira conjunta em relatórios, é necessário estabelecer relacionamentos entre elas. Esses relacionamentos são baseados em campos comuns (chaves), que permitem que as tabelas "conversem" entre si.

1.     Tipos de Relacionamentos:

o    Um-para-Muitos (1): Este é o tipo de relacionamento mais comum no Power BI. Ele ocorre quando um registro em uma tabela (como uma tabela de "Clientes") está relacionado a múltiplos registros em outra tabela (como uma tabela de "Vendas"). A chave primária na tabela "Clientes" se relaciona com a chave estrangeira na tabela "Vendas".

o    Um-para-Um (1:1): Este tipo de relacionamento ocorre quando um registro em uma tabela está relacionado a um único registro em outra tabela. Esse tipo de relacionamento é menos comum, mas útil em situações específicas.

o    Muitos-para-Muitos (N): No Power BI, é possível criar relacionamentos muitos-para-muitos, onde múltiplos registros em uma tabela estão relacionados a múltiplos registros em outra. Isso pode ser gerido com o uso de tabelas de interseção.

2.     Cardinalidade e Direção do Filtro:

o    Cardinalidade: Refere-se à natureza do relacionamento entre as tabelas

(um-para-muitos, muitos-para-muitos, etc.). É essencial definir corretamente a cardinalidade para que as visualizações reflitam corretamente os dados.

o    Direção do Filtro: No Power BI, você pode definir a direção do filtro para os relacionamentos. A direção simples (single) permite que os filtros fluam em uma direção, enquanto a bidirecional (both) permite que os filtros se apliquem em ambas as direções. A escolha da direção correta é crucial para garantir que os dados sejam filtrados adequadamente nas visualizações.

3.     Definindo Relacionamentos:

o    No Power BI, os relacionamentos podem ser criados manualmente arrastando um campo de uma tabela para outra no painel de modelagem. O Power BI também pode sugerir relacionamentos automaticamente com base nos nomes dos campos e em suas propriedades.

Criando e Gerenciando Hierarquias de Dados

Hierarquias de dados são uma forma de estruturar e organizar informações em diferentes níveis, facilitando a navegação e análise dos dados. No Power BI, as hierarquias são particularmente úteis em análises temporais, geográficas e organizacionais.

1.     Exemplo de Hierarquia Temporal:

o    Uma hierarquia temporal comum pode ser organizada como "Ano > Trimestre > Mês > Dia". Isso permite que o usuário desça pelos níveis de detalhe ou agregue informações de forma eficiente, como visualizar vendas anuais e, em seguida, detalhar as vendas por mês.

2.     Criação de Hierarquias:

o    Para criar uma hierarquia no Power BI, basta arrastar e soltar campos em um formato hierárquico no painel de campos. Por exemplo, ao criar uma hierarquia temporal, você pode arrastar os campos "Ano", "Mês" e "Dia" para formar uma estrutura hierárquica.

3.     Uso de Hierarquias em Visualizações:

o    Uma vez criadas, as hierarquias podem ser usadas em gráficos e tabelas para permitir que os usuários façam drill-down (detalhamento) ou drill-up (agregação) dos dados. Isso é particularmente útil para explorar os dados em diferentes níveis de granularidade.

Técnicas de Otimização de Modelos

Um modelo de dados eficiente não apenas facilita a análise de dados, mas também garante um desempenho ágil e uma experiência de usuário fluida. A otimização do modelo de dados no Power BI envolve várias técnicas que ajudam a melhorar a velocidade de processamento e a usabilidade.

1.     Redução do Volume de Dados:

o    A quantidade de dados carregada em um modelo de dados pode impactar diretamente o desempenho. Remova colunas e linhas desnecessárias, e considere utilizar

filtros durante a importação para limitar os dados ao período ou categoria relevantes para a análise.

2.     Uso de Agregações:

o    Quando se trabalha com grandes volumes de dados, as agregações podem melhorar significativamente o desempenho. Crie tabelas agregadas que resumam os dados em níveis mais altos, como somas mensais ou anuais, e utilize essas tabelas em relatórios para evitar cálculos em tempo real sobre dados brutos.

3.     Criação de Índices e Otimização de Relacionamentos:

o    Certifique-se de que as chaves usadas para relacionamentos são indexadas no banco de dados de origem, quando possível. Além disso, defina relacionamentos com a cardinalidade e direção de filtro apropriadas para minimizar a carga de processamento durante as consultas.

4.     Uso Adequado de Medidas e Colunas Calculadas:

o    Colunas calculadas são calculadas no momento da carga dos dados, enquanto as medidas são calculadas em tempo de execução, com base na interação do usuário. O uso excessivo de colunas calculadas pode aumentar o tamanho do modelo de dados, enquanto medidas complexas podem impactar o desempenho em tempo de execução. Balanceie o uso de ambas para otimizar o desempenho.

5.     Comprimir e Encapsular os Dados:

o    O Power BI oferece técnicas de compressão de dados que podem reduzir o tamanho do modelo e melhorar o desempenho. Além disso, encapsule a lógica complexa em funções DAX reutilizáveis, para simplificar o modelo e facilitar a manutenção.

Conclusão

A modelagem de dados no Power BI é fundamental para garantir que as análises sejam precisas, eficientes e fáceis de entender. Compreender e definir relacionamentos entre tabelas é essencial para integrar diferentes fontes de dados. A criação de hierarquias de dados facilita a navegação em níveis de detalhe e agrega valor às visualizações. Por fim, a aplicação de técnicas de otimização de modelos garante que o desempenho seja adequado mesmo em cenários complexos ou com grandes volumes de dados. Um modelo de dados bem planejado não só aprimora a qualidade das análises, mas também proporciona uma experiência de usuário mais eficiente e satisfatória.


Introdução ao DAX (Data Analysis Expressions)

 

DAX (Data Analysis Expressions) é uma linguagem de expressões utilizada no Power BI, Excel e SQL Server Analysis Services para criar cálculos complexos em modelos de dados. Com DAX, você pode realizar uma ampla gama de operações analíticas, desde simples agregações até cálculos complexos baseados em lógica condicional.

Conhecer e entender os conceitos básicos de DAX é essencial para maximizar as capacidades de análise e visualização de dados no Power BI.

Conceitos Básicos de DAX

DAX é uma linguagem que se assemelha ao Excel em termos de sintaxe, mas com uma capacidade muito mais poderosa para manipulação de dados em modelos relacionais. Os principais conceitos básicos de DAX incluem:

1.     Colunas Calculadas vs. Medidas:

o    Colunas Calculadas: São calculadas no momento em que os dados são carregados ou atualizados no modelo. Elas são armazenadas como parte da tabela e recalculadas apenas quando o modelo de dados é atualizado. As colunas calculadas são úteis quando você precisa de um campo adicional que possa ser filtrado ou agrupado.

o    Medidas: São calculadas dinamicamente com base no contexto da visualização em que estão sendo utilizadas. Elas não são armazenadas no modelo, mas recalculadas sempre que a visualização é alterada, com base nos filtros ou nos dados que estão sendo analisados. Medidas são ideais para cálculos agregados, como somas, médias ou contagens, que variam conforme o contexto.

2.     Contexto de Linha e Contexto de Filtro:

o    Contexto de Linha: Refere-se ao contexto em que uma fórmula DAX é avaliada linha por linha em uma tabela. Isso é comum em colunas calculadas, onde cada linha da coluna é calculada individualmente.

o    Contexto de Filtro: Refere-se aos filtros aplicados a uma visualização ou tabela que impactam a forma como uma medida é calculada. O contexto de filtro pode ser alterado através de slicers, filtros de página, ou funções DAX como CALCULATE.

3.     Funções DAX:

o    DAX possui uma rica biblioteca de funções, organizadas em categorias como funções de agregação, funções de data e hora, funções lógicas, funções de texto, entre outras. Cada função DAX é projetada para realizar operações específicas em colunas, tabelas ou contextos de filtro.

Criação de Colunas e Medidas Calculadas

Uma das principais aplicações do DAX no Power BI é a criação de colunas calculadas e medidas que permitem realizar cálculos personalizados que não seriam possíveis apenas com as ferramentas visuais do Power BI.

1.     Criando Colunas Calculadas:

o    Para criar uma coluna calculada, selecione uma tabela no Power BI e clique em "Nova Coluna". Em seguida, você pode digitar uma fórmula DAX que realizará o cálculo desejado.

o    Por exemplo, se você tem uma tabela de "Vendas" com colunas para "Quantidade" e "Preço Unitário", você pode criar uma coluna calculada para o

"Total de Vendas" usando a fórmula:

Total Vendas = 'Vendas'[Quantidade] * 'Vendas'[Preço Unitário]

o    Essa coluna calculada será criada para cada linha na tabela de vendas e estará disponível para uso em visualizações e análises.

2.     Criando Medidas:

o    Medidas são criadas clicando em “Nova Medida” na guia “Ferramentas de Modelagem” do Power BI. As medidas são calculadas dinamicamente e podem ser usadas em qualquer visualização para fornecer insights contextuais.

o    Por exemplo, para criar uma medida que calcule a soma total de vendas, você pode usar a função DAX SUM:

Soma Total Vendas = SUM('Vendas'[Total Vendas])

o    Esta medida será recalculada automaticamente de acordo com os filtros aplicados, oferecendo uma análise dinâmica e flexível dos dados.

Exemplos Práticos de Funções DAX Comuns

DAX oferece uma vasta gama de funções que podem ser aplicadas para resolver diferentes necessidades analíticas. Aqui estão alguns exemplos práticos de funções DAX comuns:

1.     SUM:

o    A função SUM é uma das funções de agregação mais básicas e amplamente usadas em DAX. Ela calcula a soma de todos os valores em uma coluna.

o    Exemplo:

Total Vendas = SUM('Vendas'[Total Vendas])

2.     AVERAGE:

o    A função AVERAGE calcula a média dos valores em uma coluna.

o    Exemplo:

Média de Preço = AVERAGE('Vendas'[Preço Unitário])

3.     CALCULATE:

o    A função CALCULATE é uma das mais poderosas em DAX, pois permite modificar o contexto de filtro em que uma expressão é avaliada.

o    Exemplo: Suponha que você queira calcular o total de vendas para um ano específico:

Vendas 2023 = CALCULATE(SUM('Vendas'[Total Vendas]), 'Vendas'[Ano] = 2023)

4.     IF:

o    A função IF permite que você crie lógica condicional em DAX, semelhante à função SE no Excel.

o    Exemplo:

Status Venda = IF('Vendas'[Total Vendas] > 1000, "Alta", "Baixa")

5.     RELATED:

o    A função RELATED é usada para buscar valores de uma tabela relacionada, útil ao criar colunas calculadas que precisam acessar dados de outra tabela.

o    Exemplo:

Nome do Cliente = RELATED('Clientes'[Nome])

6.     DATEADD:

o    A função DATEADD é usada para realizar cálculos com datas, como avançar ou retroceder em intervalos de tempo.

o    Exemplo: Calcular vendas do mês anterior:

Vendas Mês Anterior = CALCULATE(SUM('Vendas'[Total Vendas]), DATEADD('Vendas'[Data], -1, MONTH))

Conclusão

DAX é uma linguagem poderosa que amplia as capacidades do Power BI, permitindo criar cálculos personalizados que transformam dados brutos em insights valiosos. Entender os

conceitos básicos de DAX, como colunas calculadas e medidas, é o primeiro passo para aproveitar ao máximo essa linguagem. Ao dominar as funções DAX comuns e aplicá-las de maneira estratégica, você poderá realizar análises avançadas e criar relatórios e dashboards que realmente agregam valor ao processo de tomada de decisões.

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